Por
que ir ao banco me faz refletir?
* Por
Edir Araujo
Entro no banco já antevendo a influência que aquela máquina vai me proporcionar. Estou diante dela, a máquina, que foi previamente projetada para me reconhecer. Programada para me identificar. Aquela mesma que chamam de caixa eletrônica. Então, nesse momento, como num passe de mágica, acontece o clímax. A máquina pede a leitura da minha digital. Então coloco meu dedo lá e zás... sou identificado na mesma hora. Eis o momento de reflexão! Entre 7 bilhões de seres humanos eu sou único. ÚNICO. Como Deus é perfeito!! Mesmo que a humanidade chegasse a 70 bilhões ou mais, ainda assim eu seria único.
Todos
nós sabemos que não existem dois seres humanos perfeitamente
iguais, não são encontrados nem em gêmeos univitelinos, que têm o
mesmo DNA mas as impressões digitais são diferentes. Embora isso
não impressione muita gente e para muitos parece algo comum,
corriqueiro, para mim é algo extraordinário. Essa unicidade, essa
qualidade excepcional, me dá um ar de nobreza e superioridade, pois
me distingue dos demais. Torna-me excelente, distinto.
Saio
do banco com um sorriso quase divino no rosto, como se pudesse
(talvez consiga) refletir no olhar a grandeza e supremacia de Deus.
Não dizem que a felicidade e a beleza da vida estão nas coisas
simples? São estes simples eventos, que ninguém percebe, que passam
batido, indiferentes, mas que para mim revelam a transcendência de
Deus. Coisas assim, entre as quais, torna-me um privilegiado. A minha
importância para Deus, que me distingue do mundo e dos seres por Ele
criados.
*
Edir Araujo é poeta e escritor, autor dos livros A PASSAGEM DOS
COMETAS, GRITOS E GEMIDOS e BONECA DE PANO.
Nem com a ajuda do gerente eu conheci registrar na máquina minhas digitais. Desistir. Vejo então que é sim, uma coisa de outro mundo.
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