terça-feira, 9 de janeiro de 2018

Hermanas


* Por Evelyne Furtado


"Hermanas" é assim que Márcio nos chama e vem daí o título desse texto dedicado aos meus irmãos, porém, Márcio não é o primeiro da lista e como irmã mais velha vou por ordem nessa crônica.

Ela nasceu quando eu tinha perto de três anos e tem direito ao primeiro lugar. Tem um nome lindo, mas fora mamãe que o escolheu, ninguém a chama de Ana Lívia. Para nós e todos os amigos ela é Mana e Mana ama a vida.

Está lá no MSN dela: "eu amo a vida" e essa frase a define muito bem.Mana ama filho, marido, mãe, a irmã do filho, irmãos, sobrinhos, tios, primos e amigos. Ela ama a ginástica, ama o trabalho, ama as viagens, ama brincar com crianças, ama sua casa, ama dançar, ama viver. Mana ama e cada vez eu a admiro mais por isso.

Somos muito diferentes, mas nos respeitamos. Quando eu sou emoção ela é ação. O que me amedronta, a ela dá coragem, mesmo que desmaie depois, mas essa é outra história. Enquanto eu morro de preguiça de fazer atividade física ela não vive sem academia. Se eu sonho, ela realiza planos.

Salve as diferenças, pois nos completamos e contamos uma com a outra.

Agora sim volto a falar sobre Márcio. O único irmão que deu a mim e a Mana motivos para morrermos de raiva na adolescência, hoje nos enche de orgulho.

Márcio não se envolve na vida de ninguém se não for chamado a ajudar. Ele agrega, lidera, faz a festa. Reúne todos em torno do seu coração e de seu ótimo papo.

Meu irmão é um homem íntegro acima de tudo. Sua voz lembra a do nosso pai, suas atitudes perante os outros e sua inteligência também.

Dizer isso dele é dizer muito. Ele sabe disso. Nós todos que o conhecemos também. A ele eu dedico My Way, na voz de Sinatra ou de Elvis (ele gosta das duas versões) e ele vai adorar tenho certeza.

E chego à irmã caçula. A raspa do tacho de mel de rapadura. Melissa nasceu quando eu tinha 14 anos, então é uma irmã-quase-filha.

Assim Mel cresceu, sendo paparicada por pais e irmãos mais velhos. Plena de amor, teve carinhos a mais, de forma a compensá-la pela perda do pai aos dez anos.

Ao contrário do que se poderia pensar, esses cuidados não a fizeram mais mimada que aos demais. Mel, talvez por ter sido um pouco minha filha é quem acho que mais se assemelha a mim.

Em alguma fase da vida éramos muito parecidas fisicamente, hoje nos identificamos em outros aspectos. Ela escolheu a mesma carreira que eu, mas exerce o direito com muito mais prazer e o faz no atendimento ao publico mais carente.

Mel é sensível como eu sou, porém mais assertiva. É inteligente, justa, brava e doce. Derrama-se em afagos, mas sabe brigar. Brincava de ser tia desde os dez anos e tornou-se uma mãe dedicada há quase três. Mora fora e enche de alegria quando chega de mala e cuia nessa casa que também é dela.

Ter irmãos como esses é muito bom e devo dar graças a Deus todos os dias.


25 de outubro de 2008.


* Poetisa, cronista e psicóloga de Natal/RN.


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