Carta
a Anita
* Por
Arita Damasceno Pettená
Vejo-te,
Anita, com teus sapatinhos de cristal, percorrendo um céu sem
dimensão. E me fico a perguntar:
- Em que estrela, em que nuvem, em que oásis, tu te escondes, a brincar como ingênua menina entre diáfanos seres do além?
- Em que estrela, em que nuvem, em que oásis, tu te escondes, a brincar como ingênua menina entre diáfanos seres do além?
Passas
sorrindo, passas cantando, e eu não te alcanço na vastidão das
alturas. De repente dois pingos cintilantes iluminam uma terra ao
deus dará das muitas dores. Um véu te cobre agora apenas à forma
de um corpo que passou da matéria para a espiritualidade. E corres
daqui para acolá, cantarolando, em suaves murmúrios, hosanas ao
Senhor.
E
há um coro de anjos que te acompanha nessa caminhada de luz, nesse
vaivém de passos que vem e que vão, sem dizer para onde, sem se
deterem na imensidão de um mundo novo, redescoberto pela pureza de
tua alma, e alcançado apenas pelos que transformam espaços sombrios
em jardins de esperança.
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Silêncio! O céu despenca em chuvas. E traz, em suas águas cristalinas, a dor de tantas ausências. E quem disse que dos teus não sentes saudades também? E quem disse que não trazes dentro de ti esta certeza de que um dia todos nos encontraremos, que a morte é vida para quem crê no amanhã…?
Silêncio! O céu despenca em chuvas. E traz, em suas águas cristalinas, a dor de tantas ausências. E quem disse que dos teus não sentes saudades também? E quem disse que não trazes dentro de ti esta certeza de que um dia todos nos encontraremos, que a morte é vida para quem crê no amanhã…?
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Arita Damasceno Pettená é professora, escritora e membro da
Academia Campinense de Letras
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