domingo, 17 de dezembro de 2017

As fascinantes diferenças sexuais entre gregos e romanos


* Por Rosana Hermann


Os romanos tinham um jeito peculiar de fazer promessas. Quando um homem queria pronunciar um juramento, colocava sua mão sob as coxas do outro e prometia ser leal e fiel. Também entre os judeus há relatos bíblicos de juramentos selados com a colocação da mão masculina sobre o membro de outro homem.

Dito assim, pode parecer estranho, mas não é. Numa época pré-cristã em que o membro masculino era tido, com todo mérito, como algo divino, capaz de gerar novas vidas, jurar com a mão sobre o testículo de outrem era como jurar por Deus. Na verdade, vem daí a palavra testemunhar, isto é, colocar a mão sobre os testículos.

Os gregos não juravam assim, mas tinham uma relação muito natural com o corpo humano, especialmente, o masculino, presente na palavra ginásio.

O ginásio esportivo de Atenas, na Grécia antiga, chamado gymnasium, deriva da palavra gmnos, que significa nu. Era assim que os gregos faziam esportes, totalmente pelados.

Nos ginásios gregos aconteciam também as relações entre homens mais velhos e rapazes mais jovens, que deram origem a um crime nos nossos dias a pederastia. Para os grego, era um processo de aprendizado, uma forma de passar virtudes masculinas como coragem, força, justiça e honestidade. O amante mais velho era chamado erastes, de onde vem pederasta, que passava por relações anais seus ensinamentos para o aluno mais jovem.

Para os romanos, essa história de passar virtudes por penetração anal estava fora de cogitação. Um romano não admitia ser penetrado e ponto final. Esse tipo de experiência sexual era considerado muliebria pati, ou seja, coisa de mulher. De onde já vemos que mulher vem daí, muliebria.

Os romanos mais velhos viam os garotos mais jovens como viri, homens, o mesmo viri que hoje encontramos em virilidade.

Mas há coisas ainda mais incríveis no aprendizado das diferenças de postura sexual entre homens gregos e romanos. Enquanto os jovens gregos podiam ser penetrados por seus mestres, os jovens romanos buscavam a virilidade. Para lembrar disso, usavam no pescoço, um pequeno amuleto, como uma cápsula, contendo uma réplica de um pênis ereto. O estojo que continha o pênis era chamado bulla. E a réplica do pênis era chamada fascinum. Exatamente, a origem do sinônimo de atração irresistível, uma explicação que por si só já mostra como na civilização greco-romana, o sexo era de fato, fascinante.

Só falta agora dizer que já não se faz mais sexo como antigamente....

*Rosana Hermann é Mestre em Física Nuclear pela USP de formação, escriba de profissão, humorista por vocação, blogueira por opção e, mediante pagamento, apresentadora de televisão.



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