O que fazer?
* Por Pedro J. Bondaczuk
O
que fazer
se
permaneço só
em
um mundo volátil?
Vou
apreciar o vasto mar?
Vou
velejar em águas turvas?
Vou
desafiar tempestades?
Vou
acorrentar furacões?
O
que fazer, se o mar secou?!
O
que fazer neste mundo
volátil,
de ilusórias imagens?
Vou
viajar pelo Rio Grande,
na
eólia e encantada galera
do
gélido e veloz Minuano?
Vou
pastorear, nas coxilhas
infinitas
do céu aberto,
tropilhas
de estrelas?
O
que fazer se o Minuano
cessou,
se a noite se diluiu
e
se a tropilha de estrelas
se
dispersou, em debandada,
nos
campos do infinito?
O
que fazer neste mundo
volátil,
de ilusórias imagens?
Reflito...
Mas o momento
presente
não é de reflexão,
mas
de ação concentrada!
Irrito-me...
Mas o momento
presente
é de ponderação,
de
bondade e de cautela!
Enfim,
saio a colher orquídeas,
vermelhas,
azuis e amarelas,
no
outro lado do tempo,
no
reverso deste mundo
volátil,
de ilusórias imagens.
E,
afinal, me encontrei...
(Poema composto em Campinas,
em 27 de maio de 1968).
*
Jornalista, radialista e escritor. Trabalhou na Rádio Educadora de
Campinas (atual Bandeirantes Campinas), em 1981 e 1982. Foi editor do
Diário do Povo e do Correio Popular onde, entre outras funções,
foi crítico de arte. Em equipe, ganhou o Prêmio Esso de 1997, no
Correio Popular. Autor dos livros “Por uma nova utopia” (ensaios
políticos) e “Quadros de Natal” (contos), além de “Lance
Fatal” (contos), “Cronos & Narciso” (crônicas),
“Antologia” – maio de 1991 a maio de 1996. Publicações da
Academia Campinense de Letras nº 49 (edição comemorativa do 40º
aniversário), página 74 e “Antologia” – maio de 1996 a maio
de 2001. Publicações da Academia Campinense de Letras nº 53,
página 54. Blog “O Escrevinhador” –
http://pedrobondaczuk.blogspot.com. Twitter:@bondaczuk
O menino Pedro de 1968 encantou-me.
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