sexta-feira, 17 de novembro de 2017

A Frederico Holderlin

* Por Ângelo Monteiro

Com o amor impossível
De que o Verbo se gera
A Terra nos devolves
A Terra a Terra a Terra.
E ao mesmo tempo nos invades
Dessa ânsia dolorosa
Do Centro de ouro. Do Sol
Onde a palavra arranca os seus próprios acordes.
Entre as fibras do Sol, pastor adolescente
Que jamais envelhece os seus raios sem pó.
Ao elevar a hóstia do Dia
Para as nossas bocas,
Como nos tornas brancos, da brancura
Do amor e da loucura!
Pois os deuses em ti ainda nos dão destino
E a velhice é uma forma de cumprir o Sol.


* Ângelo Monteiro é poeta e ensaísta

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