sexta-feira, 6 de outubro de 2017

Primaveras no inverno


* Por Francisco Fernandes de Araujo


A graça pela vida. Quando o mundo já não nos surpreende é porque algo de muito errado existe conosco. De fato, muitas pessoas não reagem ao que lhes acontece todo dia, sem perceber que essa aparente normalidade constitui um mal a ser imediatamente reparado, para recuperar o entusiasmo perdido...

O ânimo nas pessoas normais deve estar sempre à flor da pele para cada novidade. Na verdade, as pessoas vivem das novidades. Sem elas, tudo não passa de um grande marasmo, sem caminho nem finalidade...

E se isso está acontecendo com a gente é preciso tomar alguma providência drástica e com urgência, se não quisermos cair num precipício profundo e sucumbirmos a qualquer momento, sem salvação. Temos extrema necessidade de nos entusiasmar com tudo o que ocorre ao nosso redor e, principalmente, em nosso próprio ser.

Há longo tempo aprendi a grande lição de que muitas vezes as coisas não acontecem com a naturalidade que gostaríamos, e que precisamos dar alguma contribuição para que tenhamos os sonhados momentos de felicidade, porque a vida é uma verdadeira balança, exigindo-nos pesos e contrapesos para o seu equilíbrio.


Assim, o nosso bem-estar exige também a nossa própria contrapartida, a nossa própria boa vontade e um esforço efetivo.

E quando conseguimos encontrar um novo caminho de entusiasmo também para as outras pessoas, então a nossa própria felicidade passa a ser dupla e algo altamente reconfortante.

Para sermos felizes é preciso que achemos graça na vida todo dia, toda hora, todo minuto, todo segundo. E tendo sempre o bem como objetivo, com certeza esse milagre renovado não nos faltará.

O milagre das primaveras no inverno é um estado de espírito que não depende do calendário... 

* Escritor, poeta e jurista, membro da Academia Campineira de Letras e Artes.

Nenhum comentário:

Postar um comentário