Barraca
do Destino
* Por Pedro J. Bondaczuk
Comprei
uma saudade
na
barraca do Destino.
Saudade
verde,
amarela
ou azul?
Saudade
sem cor.
Comprei
uma saudade
numa
loja de penhor.
E,
por um suave sonho,
vendi
o meu bem-querer.
Sorri
para o anjinho
que
tinha asas de flor.
E
o ouro dos pirilampos,
amalgamado
com a prata,
formou-me
uma coroa de rosas:
rosas
brancas e amarelas.
No
casulo fugaz
da
minha alegria
afinal
renasci.
Mas
na tumba cruel
da
minha dor,
tornei,
de novo, a morrer.
Empenhei
todo o meu sonho,
deixei
de ser poesia
e,
na barraca do Destino,
eu
comprei nova saudade.
Saudade
colorida
ou
incolor?
Saudade-Ilusão!
No
crepúsculo alegre
do
meu cantar,
afoguei-me
em frias ondas,
rolei,
de novo, pro mar.
E
entre algas coloridas
e
musgos de estranha cor,
na
barraca do Destino
recordei
o primeiro amor
comprando
nova saudade!
(Poema composto em São
Caetano do Sul, em 10 de fevereiro de 1964).
*
Jornalista, radialista e escritor. Trabalhou na Rádio Educadora de
Campinas (atual Bandeirantes Campinas), em 1981 e 1982. Foi editor do
Diário do Povo e do Correio Popular onde, entre outras funções,
foi crítico de arte. Em equipe, ganhou o Prêmio Esso de 1997, no
Correio Popular. Autor dos livros “Por uma nova utopia” (ensaios
políticos) e “Quadros de Natal” (contos), além de “Lance
Fatal” (contos), “Cronos & Narciso” (crônicas),
“Antologia” – maio de 1991 a maio de 1996. Publicações da
Academia Campinense de Letras nº 49 (edição comemorativa do 40º
aniversário), página 74 e “Antologia” – maio de 1996 a maio
de 2001. Publicações da Academia Campinense de Letras nº 53,
página 54. Blog “O Escrevinhador” –
http://pedrobondaczuk.blogspot.com. Twitter:@bondaczuk
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