sexta-feira, 18 de agosto de 2017

Parricida


* Por Eliane Triska


Ateu, me nego a ver teu mundo grande 
E os dias findos dessa vida imposta.
Eros! Tanatos! Paz! Filhos de Ghandi 
E a guerra, por herança, sem resposta.

Fugir do pesadelo... O que nos pesa?
É a imortalidade não ter dono?
Salvar-se! Ver o corpo aceso à treva
E a alma ir vaguear além do sono.

Sem êxito, tu, ó sátiro, bem sabes 
Do todo inculto no infernal do Hades.
Proclama-te no mundo dos ausentes: 

Sou filho parricida dessa terra!
Ao lado do que é Pai, e a todos vela,
Implora-lhe o perdão do que não sentes.


  • Poetisa gaúcha residente em Canoas/RS


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