sexta-feira, 4 de agosto de 2017

O pequeno príncipe



* Por Eduardo Oliveira Freire

 

Por esses dias, assisti a um filme de 2015 que se inspirava na história original do "principezinho" que morava em um asteroide 612. Depois de vê-lo resolvi baixar o livro e percebi como uma boa história faz refletir sobre a sociedade, independente do gênero literário. Inclusive, é uma bobagem ter preconceito em relação a qualquer estilo.

No filme, uma menina encontra o excêntrico Aviador, que a introduz
no mágico mundo do Pequeno Príncipe. Antes, ela só queria saber de estudar e seguir os passos da mãe metódica e trabalhadora.

Um fato que achei interessante é que a casa do aviador era cheia de vegetação e de passarinhos, diferente das outras casas da vizinhança, homogêneas e cimentadas. A partir daí o desenho capta a essência do livro de como à medida que se cresce, não se dá importância "
às pequenas coisas", a fim de correr na busca de prestígio e grana.
 

 Nunca deve esquecer-se do nosso lado criança, caso contrário, tudo se torna chato e cinzento demais. Precisa-se parar um pouco e observar as estrelas, a lua, perceber cada detalhe imperceptível da natureza e deixar a imaginação fluir.
 

No livro do pequeno príncipe, Saint-Exupéry se utiliza de uma narrativa leve e poética para falar sobre o relacionamento entre seres. Além, de mostrar que cativar é que torna cada indivíduo especial em relação ao outro.
 

“A gente só conhece bem as coisas que cativou - disse a raposa. - Os homens não têm mais tempo de conhecer coisa alguma. Compram tudo já pronto nas lojas. Mas como não existem lojas de amigos, os homens não têm mais amigos. Se tu queres um amigo, cativa-me!"


Neste trecho percebe-se uma reflexão crítica da sociedade contemporânea, que massifica tudo com tanta velocidade
que os indivíduos nem têm tempo de cultivar e criar afetos.
 

O livro foi lançado em 1943 e continua atual neste aspecto. Toda hora somos bombardeados com informações e produtos que não há tempo para refletir e nem cativar um relacionamento mais profundo.
 

Aí, surge um pensamento que se contrapõe com  o paradigma no qual estamos vivendo, em um mundo de aparências e de racionalidade técnica: "O essencial é invisível aos olhos, e só se pode ver com o coração".


Pois é, meu amigo, Pequeno Príncipe, você está certo e atual e é uma pena que ainda não aprendemos isto.
 

Então, ao término da leitura e ao se lembrar do filme de 2015, comecei a pensar sobre como podemos manter a criança que fomos um dia? Inclusive, não perder nossa essência neste mundo vaidoso dos adultos? Como preparar as crianças à "vida adulta", sem matar criatividade delas?
 

A vida é tão dura na maior parte do tempo. Para realizar nossos objetivos, precisa-se planejar. Por exemplo, este livro e o filme inspirado nele, tiveram toda uma estrutura financeira para que pudessem ser divulgados.
 

Infelizmente, existe a necessidade de sermos práticos para conseguir nossos sonhos. Ninguém vive exclusivamente de fantasia. Por outro lado, não se pode esquecê-la, pois só se sobrevive e não
se vive de fato.
 

A realidade necessita da fantasia para o ser humano não se tornar autômato.


* Formado em Ciências Sociais, especialização em Jornalismo cultural e aspirante a escritor - http://cronicas-ideias.blogspot.com.br/



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