sábado, 5 de agosto de 2017

O acaso e o destino


* Por Marcos Alves



Na minha casa tem um pé de mexerica que quase morreu por causa de uma fogueira mal feita. Metade do tronco foi arrancada depois de raspado o carvão que restou das chamas; a outra sobreviveu. Desde então os frutos só aparecem do lado bom da árvore. No outro nem copa existe mais; os galhos não crescem na direção da parte morta.

Não sei se existe alguma técnica que resolva esse tipo de problema, um enxerto talvez....mas o caso da árvore me lembra esses casos em que de repente todo um processo, um ciclo importante é interrompido de forma traumática, violenta. A natureza nem sempre se regenera, mas dificilmente desiste.

Resiste, ainda que de forma sofrida, heróica. E isso a torna ainda mais admirável. Fico a pensar no que sabemos e no que ainda precisamos saber para viver bem nesse mundo. E acho que é meio estúpido pensar nisso, mas definitivamente o ser humano ainda tem muito a melhorar – e é impossível saber a que ponto vai chegar – mas os prognósticos não são confiáveis.

A gente anda por aí e tudo pode acontecer. Em São Paulo não teve a cratera? No Rio, além da administração ruim também tem a criminalidade que não é fácil...em outras regiões há problemas de estrutura, inundações...e a criminalidade também assusta no interior.

Nada acontece de forma isolada, diz a Teoria do Caos. E o que acontece aqui reverbera acolá, mais dia menos dia, de uma forma ou de outra. Nem sei bem por que enveredei por esse pensamento.

Acho que é porque ainda estou de férias e meio tomado pelo ar do interior. E me ocorreu a idéia da árvore... depois a cratera de SP; e de como tudo pode mudar se algo acontece fora do esperado, do planejado. Essa sensação contemporânea de que tudo pode estar mesmo por um triz. Basta um telefonema...

Mal chego em casa, depois da curta viagem de férias e ligo para um amigo – com quem fui e voltaria junto com meu filho, no mesmo carro. Desisti de vir com ele por saber que haveria pouco espaço no carro; seria desconfortável, especialmente para o meu menino.

Comprei duas passagens e fizemos a viagem de ônibus. O amigo me diz que bateu o carro depois de rodar na pista por causa da chuva. Bateu na proteção central e rodou. Ele e a esposa escaparam, felizmente; com algumas dores e sem ferimentos graves, mas estão bastante assustados. Eu ainda estou agradecendo a Deus pela escolha.

  • Marcos Alves é jornalista e diretor de vídeos.



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