quarta-feira, 23 de agosto de 2017

Hologramas

* Por Alberto Cohen

Os teus pés são raízes encravadas
no território de uma lavra estéril,
sem invasor, sem dono, sem porteira,
somente a esperança de uma flor
que nasça como aquela flor primeira.

E os olhos mergulhados no horizonte
em busca de uma nova caravela,
de uma razão final para o sorriso
descobridor do náutico preceito:
Viver sem navegar não é preciso.

É fraude, é fome, é fonte que fascina,
o colorir papéis com hologramas,
imagens sem valor, despercebidas,
que ainda nem são mortas e, no entanto,
não conseguiram ter as próprias vidas. 


* Poeta paraense.

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