A
montanha
* Por
Guilherme de Almeida
A montanha entreabriu as portas da distância
e alguém passou.
Não entrou nem saiu; passou. Só ressonância
foi que deixou.
Ecos somente: ecos do tempo, ecos do espaço,
ecos de luz,
ecos da sombra e do ar, do que passou sem passo,
gesto de cruz.
A montanha fechou as portas interpostas:
e, aquém e além,
um silêncio ficou de joelhos e mãos postas.
Só. Mais ninguém.
*
Jornalista e poeta, eleito, em eleição popular, “Príncipe dos
Poetas Brasileiros”, membro da Academia Brasileira de Letras.
Nenhum comentário:
Postar um comentário