segunda-feira, 12 de junho de 2017

Estranho amor


* Por Alberto Cohen


Quero-te assim, meu anjo costumeiro,
vestida de virtude e aquele jeito
de aconchegar a face no meu peito
e misturar meu cheiro com teu cheiro.

Quero-te assim, maldosa e corriqueira,
capaz de infernizar o paraíso,
lamber-me em labaredas se preciso,
no teu místico altar de feiticeira.

Quero-te assim, do jeito que mais queres,
na confusão das múltiplas mulheres
que incorporam em ti, quando na cama.

Quero-te assim, fazendo-me parceiro
no cinema, teatro ou picadeiro,
no grande enredo da comédia humana


* Poeta paraense

Nenhum comentário:

Postar um comentário