segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

Os mortos vivos

* Por Talis Andrade


Mãos como garras
me arrancam as vestes
Sou o desvalido
Um cão perdido
Os colegas fecharam as portas
que não pertenço a nenhum partido
a nenhuma organização secreta
nem ao sindicato do crime

Nenhum conhecido reclama o meu corpo
esquartejado corpo
as vísceras espalhadas
pelos ruas e avenidas
do Recife   a cidade infame
dos mortos vivos

* Jornalista, poeta, professor de Jornalismo e Relações Públicas e bacharel em História. Trabalhou em vários dos grandes jornais do Nordeste, como a sucursal pernambucana do “Diário da Noite”, “Jornal do Comércio” (Recife), “Jornal da Semana” (Recife) e “A República” (Natal). Tem 11 livros publicados, entre os quais o recém-lançado “Cavalos da Miragem” (Editora Livro Rápido).


Um comentário: