terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

A irmã da minha filha

* Por Evelyne Furtado


Sylvinha sempre quis ter um irmão ou irmã. Lá pelos seis anos andava com um boneco de pano grande e engraçado para lá e para cá. E falava com ele como se fosse gente.

O nome do boneco era "Ruberto”, assim mesmo com o som de "u". Um dia ela o levou junto em uma visita ao pediatra, que me chamou atenção:
- Evelyne, Sylvia está querendo um irmãozinho.

Respondi que sabia, mas que naquele momento não era adequado, pois ainda precisávamos nos estabilizar profissionalmente.

O tempo foi passando e veio a separação quando Sylvinha tinha 10 anos. Filha única, de pais separados. Era uma preocupação para algumas pessoas da família, pois achavam que ela era muito mimada.

Na verdade, Vinha foi e continua sendo muito amada e cresceu cheia de qualidades, contrariando àqueles que achavam que a menina ficaria "estragada."

Bom comportamento tem recompensa e a esperança deve ser cultivada. Aos vinte um anos Sylvinha ganhou uma irmãzinha. Nasceu Maria Clara, uma coisinha fofa e ela foi se acostumando aos poucos à vida com uma irmã.

A propósito, desde que soube do novidade uma amiga sempre me perguntava:
- O que esse bebê é seu, Veca?

Eu não sabia responder, mas quando conheci Clarinha ou Maria como Sylvinha chama, achei uma coisinha linda e até peguei no braço, com a licença da mãe, que permitiu com boa vontade.

Hoje é o primeiro aniversário da irmã de Sylvinha. A festa idealizada pelos pais, com o apoio da irmã quase arquiteta formada, vai ser linda.

Recebi o convite, que se não deu a resposta exata à pergunta de minha amiga, me serve muito bem. No envelope estava escrito: "para tia Evelyne". È diferente, mas é quase assim que me sinto. Acho-a lindinha e quero ser chamada de tia.

Meu beijo e os parabéns hoje vão para Maria Clara, Sylvio, Valéria e, obviamente, para a irmã da aniversariante, minha filhota linda, Sylvinha.

Desejo toda felicidade para a irmã de minha filha.


* Poetisa e cronista de Natal/RN.

Um comentário:

  1. Ainda hoje me surpreendo com atitudes civilizadas como esta sua, Evelyne. Há pouco tempo seria impensável gestos como o seu.

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