terça-feira, 24 de janeiro de 2017

Consciência


* Por Eduardo Oliveira Freire

Sabia que era bonito e perfumado, mas sentia um odor forte de que não conseguia se livrar. Ficava horas no chuveiro e ainda o cheiro persistia.

Refugiava-se na admiração dos outros, só que durava pouco tempo. A solidão vinha e o odor tornava-se mais presente.

Ele sabia que algo estava errado, porém ficava na superfície da racionalidade, uma vez que não queria ser tachado de louco.

Quando dormia, devorava todos os calmantes que encontrava. Refugiava-se na não consciência.

Um dia, percebeu-se no abismo e, pela primeira vez, não sentiu o cheiro peculiar. Deu um salto no escuro, feliz.

Estava livre!

* Formado em Ciências Sociais, especialização em Jornalismo cultural e aspirante a escritor - http://cronicas-ideias.blogspot.com.br/


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