terça-feira, 20 de dezembro de 2016

Expressão crua



* Por Evelyne Furtado


Crua, a minha expressão
Nasce da ponta da faca ou da mão
Que perfura ou afaga
Minha fala grita e sussurra
E quando calo, ainda assim, falo
Silêncio nem sempre calmo
Pois que ainda a serenidade caço
Em monólogo ou diálogo
Não ou sim digo com alma
Pranto ou gargalhada
Também o olhar molhado, em minha face,
Convive com o riso desenhado
Avanço, recuo e caio
Entro e saio
Não nego dor ou alegria
Não aprendi a dissimular
Tarde demais para praticar
Meu espírito é noite, tarde e dia
De dentro para fora
De fora para dentro
Expresso amor, abandono, euforia.


* Poetisa e cronista de Natal/RN

Um comentário: