sábado, 18 de junho de 2016

As cores da dor, a impossibilidade do amor


* Por Fernando Mariz Masagão


Guardam consigo todas as cores da dor
aqueles que por ventura
um dia amaram.
Trazem-nas matizadas numa segunda sombra,
numa segunda infância -
terrível e irremediável.
Cobiça-se o infinito.
Quer-se abraçar o infinito,
tomá-lo para si
apenas para presentear o abismo.
Ornar a solidão com o sorriso alheio
e desvelar o segredo da alquimia do sangue.
Embebedar de carne a alma,
e banhar-se em música
no silêncio pleno.
Mas o amor é sempre órfão
e morre sozinho
como tudo.

*Fernando Mariz Masagão é músico, dramaturgo, poeta e colaborador de publicações online sobre arte, com crônicas e críticas musicais. Guitarrista e vocalista de bandas de rock'n'roll, tem formação clássica vigorosa, em cursos de regência sinfônica, apreciação musical e instrumentação.   


Nenhum comentário:

Postar um comentário