terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

Será que nunca mais verei meu rosto?


* Por Eduardo Oliveira Freire


Um dia, bateram na porta e era uma encomenda. Não tinha nenhum bilhete que identificasse quem me enviou aquele pacote de presente.

Abri-o e encontrei uma máscara. Achei estranho, já que constantemente sonhei com máscaras. Por impulso, coloquei-a no meu rosto e ela grudou em mim como uma segunda pele e nunca mais saiu.

Via-me mascarado no espelho, porém, para os outros estava normal. Parecia estar preso em um labirinto espiral, que projetava a imagem da mesma máscara.

Era torturante não perceber a mudança do tempo na minha face. Esse fato era bizarro, Já se passaram muitos anos. Será que nunca mais verei meu rosto?

Fui a vários psicólogos, psiquiatras e até fiquei internado. Nenhum tratamento fez desaparecer a máscara sobre meu rosto. E o pior, de um tempo para cá, estou me habituando a ela e me flagro a pensar que sempre esteve comigo. Será?

* Formado em Ciências Sociais, especialização em Jornalismo cultural e aspirante a escritor - http://cronicas-ideias.blogspot.com.br/


Um comentário: