sábado, 22 de agosto de 2015

Conselho

* Por Flora Figueiredo

Não chore um insucesso,
O que pode parecer um abscesso,
também pode servir de recomeço.

Agarre o desaponto pelo avesso,
apare as pontas,corte o excesso.
Mude a covardia de endereço,
ponha a escavadeira em retrocesso
até que o mundo, esse réu confesso,
lhe devolva seu mel e seu apreço.
Uma vez retomado esse processo,
devolva-me o sorriso que mereço


* Poetisa, cronista, compositora e tradutora, autora de “O trem que traz a noite”, “Chão de vento”, “Calçada de verão”, “Limão Rosa”, “Amor a céu aberto” e “Florescência”; rima, ritmo e bom-humor são características da sua poesia. Deixa evidente sua intimidade com o mundo, abraçando o cotidiano com vitalidade e graça - às vezes romântica, às vezes irreverente e turbulenta. Sempre dentro de uma linguagem concisa e simples, plena de sutileza verbal, seus poemas são como um mergulho profundo nas águas da vida.



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