terça-feira, 30 de junho de 2015

Perda agridoce

* Por Eduardo Oliveira Freire


Rodrigo era o craque do time do bairro. Ele e seu time venciam a maioria das competições de pelada dos finais de semana. Era o mais assediado do time pelas mulheres. Saía com todas elas. Porém, uma moça não se encantara por ele. O nome dela era Lúcia. Rodrigo ficou surpreso e como tentativa para conquistá-la, gritava por seu nome quando fazia gol. Ela nem dava atenção. Rodrigo não compreendia a sua atitude.

Um dia, uma surpresa triste e agradável lhe aconteceu. Quando perdeu um pênalti que era importante para vencer a partida, a moça veio consolá-lo. Foi até ao campo esburacado e lhe deu dois trechos da crônica DERROTA, escritas por Khali Gibran : “... Derrota, minha derrota, conhecimento de mim e meu desafio, Através de você sei que ainda sou jovem e de pés velozes, E que não me deixarei prender por louros murchos. Em você encontrei a solidão e o prazer de ser evitado e desprezado... ... Derrota, minhas derrotas, minha coragem imortal, Você e eu vamos rir com a tempestade, E juntos abriremos covas para tudo o que morre em nós. E vamos ficar de pé ao sol, com vontade, E seremos perigosos.”
    
Rodrigo ficou surpreso. Lúcia se sentou ao seu lado e lhe deu um beijo. Namoraram por algum tempo. Ele nunca se esqueceu daquela perda agridoce. Até hoje, guarda aqueles trechos da crônica que Lúcia lhe deu.

*Eduardo Oliveira Freire formado em Ciências Sociais pela Universidade Federal Fluminense. Está cursando Pós-Graduação em Jornalismo Cultural na Estácio de Sá e está aspirante a escritor.



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