segunda-feira, 18 de maio de 2015

Olhos de ver


* Por Núbia Araujo Nonato do Amaral


Debruças na janela apreciando
o movimento da vida que segue
á tua revelia.
Pássaros em profusão cantam
e seguem.
Borboletas arredias anseiam pelas
flores de teu jardim, mas suspiras
alto e elas seguem.
Gavião passa longe, mas emite
seu recado e segue.
O tempo não se faz de rogado
esconde o sol, espanta os
visitantes e segue.
Tu te acovardas, puxas as cortinas
e se esvai da janela.
A solidão não faz moradia em quem segue
ela se entranha em quem não tenta enxergar
nuances na neblina.

 * Poetisa, contista, cronista e colunista do Literário


Um comentário:

  1. Com a cortina fechada não se pode sair para ver o mundo e ao mesmo tempo o mundo não pode chegar até dentro da casa.

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