quarta-feira, 27 de maio de 2015

Mistério


* Por Clóvis Campêlo


Meus males os atribui à chuva
quando interessava-me ter respostas,
e minha nudez sobre a mesa posta
era mão aflita a procurar a luva.

Meus medos os atribui ao vento
quando em busca de um porto mais seguro
mantinha a vida como o meu futuro,
singrando mares de puro tormento.

Porém, se foi a chuva com o medo,
o vento dissipou o mal bem cedo,
hoje navego em outro hemisfério,

levado pela força da paixão,
movido pelo instinto da razão
e perseguindo também o mistério.

Recife, 1991

* Poeta, jornalista e radialista, blogs:


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