terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Relacionamento Humano

* Por Eduardo Oliveira Freire


Por esses dias assisti ao filme francês “Azul é a cor mais quente” e fiz uma relação com outro filme da mesma nacionalidade, “Adeus, primeiro amor”. Pois os dois mostram como é complicada a passagem de adolescente à vida adulta, inclusive as experiências amorosas e sexuais. Inclusive, mostram como amadurecer pode ser dolorido.

Em “Azul é a cor mais quente”, Adèle é uma jovem de 15 anos que descobre sua primeira paixão por outra mulher, quando viu Emma com seus cabelos pintados de azul. Sem revelar nada a ninguém, sobre seus desejos, entrega-se por completo a este amor oculto. Adèle ama Emma intensamente, mas não gosta de ser rotulada como lésbica, diferente de Emma que é uma pintora e assumida. Bem, não contarei a história toda do filme. Elas se separam e Adèle não consegue esquecer Emma.

Em “Adeus, primeiro amor”, Camille e Sullivan vivem o amor pela primeira vez. Ela tem 15 anos e ele é um pouco mais velho. Quando Sullivan decide deixar o país, Camille sofre com a distância do amado e nem o tempo a fez esquecê-lo.

Por isso que achei Adèle e Camille parecidas. São jovens que sofrem um processo doloroso de amadurecimento quando se veem sem seus respectivos amores. Precisam seguir em frente, já que no mundo dos adultos não se pode parar, precisa-se trabalhar para sobreviver. Também a questão do primeiro amor e como a fronteira entre ele e a obsessão não é muito definida. Elas querem resgatar algo que ficou no passado, mas o tempo não para e as pessoas mudam.

Outro fato que me ocorreu é que ambos os filmes reafirmaram uma ideia que ouvi outro dia. Na verdade, esse ditado de que os opostos se atraem não é bem assim na vida real. Nos primeiros dias de paixão pode até acontecer, todavia, quando a paixão se apaga, precisa-se das afinidades para o relacionamento dar certo.

* Formado em Ciências Sociais, especialização em Jornalismo cultural e aspirante a escritor - http://cronicas-ideias.blogspot.com.br/


Um comentário:

  1. A norma são os desencantos e desencontros, porém, ainda que haja um término, o fato de ter acontecido já terá valido apena. Isso nos faz reunir forçar para avançar pela estrada. Mesmo por que ninguém caminha para trás.

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