domingo, 25 de janeiro de 2015

Ninho vazio


* Por Pedro J. Bondaczuk


O nosso ninho de amor está vazio.
A rosa dos meus sonhos jaz sem pétalas...
A brisa chora a hora dos fantasmas
em meus olhos de areia e de praia...

O Tempo, em sua fome cronológica,
saboreia o prato gordo dos dias
em enormes garfadas de segundos.
Depois, arrota, ruidosamente, o ontem
sonhando devorar o amanhã.

A saudade brota fontes em meus olhos
e emana a tristeza de ontem
cristalizada em pérolas enormes
que o Tempo dissolve em xerez...

De nossa imensa esperança louca
resta aquela palmeira esguia
a balançar, solitária, ao vento.

O Tempo tudo devora, a vida é fria...
Meus olhos secos já não vêem o futuro,
pois nosso ninho de amor está vazio...

                 
* Jornalista, radialista e escritor. Trabalhou na Rádio Educadora de Campinas (atual Bandeirantes Campinas), em 1981 e 1982. Foi editor do Diário do Povo e do Correio Popular onde, entre outras funções, foi crítico de arte. Em equipe, ganhou o Prêmio Esso de 1997, no Correio Popular. Autor dos livros “Por uma nova utopia” (ensaios políticos) e “Quadros de Natal” (contos), além de “Lance Fatal” (contos), “Cronos & Narciso” (crônicas), “Antologia” – maio de 1991 a maio de 1996. Publicações da Academia Campinense de Letras nº 49 (edição comemorativa do 40º aniversário), página 74 e “Antologia” – maio de 1996 a maio de 2001. Publicações da Academia Campinense de Letras nº 53, página 54. Blog “O Escrevinhador” – http://pedrobondaczuk.blogspot.com. Twitter:@bondaczuk 



Um comentário:

  1. Ai que tristeza e desalento, Pedro. Muito lindo, mas tão nostálgico que não se parece com você. Sei que vive intensamente, e faz exatamente o que gosta, aproveitando seu tempo milimetricamente. Eu também faço isso, mas, pensar que é a última gota, embora sabendo que a qualquer momento será de fato, não nos convém. A vida é assim, mas não a leve tão a ´serio..

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