sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Antigo e antiquado


* Por Eduardo Oliveira Freire


O antigo é atemporal, pode-se reviver em qualquer época, já o antiquado, não. O primeiro está ligado com o lúdico e o lírico (quem nunca brincou de fazer sombras com as mãos, usando a chama da vela, quando faltava luz?), enquanto o segundo é moda de uma época (quem nunca se envergonhou de ver uma foto antiga, em que estava vestindo uma roupa “cafona” ou corte de cabelo ridículo para os padrões de agora?).

Lógico, que existe a subjetividade individual. Uns podem achar perda de tempo colecionar disco de vinil, porém, para outros, é uma forma de se conectar com uma lembrança perdida, revivendo um passado distante.

Por exemplo, quando vou ao cinema, ainda sinto aquela expectativa de quando era menino. Não me acostumei a assistir filmes em notebook, tablet e celular. Não sei, parece que quebra a magia e tudo fica tão banal. Acontece a mesma coisa com os livros: prefiro lê-los " fisicamente". Tenho a sensação de que compreendo melhor.

Bem, como já disse antes, cada um tem o seu jeito de interpretar o que é antigo e antiquado. Entretanto, não se pode negar que essencialmente o antigo vive na gente, inclusive nas obras de arte que são representadas em várias versões em épocas diferentes. Observamos este fato através das peças de teatro, filmes e novelas que sempre retomam um clássico da literatura, adaptando-as para os "dias atuais".

O antiquado é descartável, pois seu sucesso só faz parte de um tempo, tornando-se vazio de significados no futuro.

* Formado em Ciências Sociais, especialização em Jornalismo cultural e aspirante a escritor - http://cronicas-ideias.blogspot.com.br/


Um comentário:

  1. Parece ser isso mesmo. A classificação de "antigo" aponta para imortalidade e "antiquado" diz que é coisa descartável. Acertou na mosca, Eduardo.

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