domingo, 30 de novembro de 2014

Literário: Um blog que pensa

LINHA DO TEMPO: 8 anos, sete meses e vinte e nove dias de existência.

Leia nesta edição:

Editorial – A criatividade é ilimitada.

Coluna Ladeira da Memória – Pedro J. Bondaczuk, crônica “Convivência com a dor”.

Coluna Direto do Arquivo – Marcos Alves, crônica, “Deadline”.

Coluna Clássicos – Manoel de Barros, poema, “Retrato do artista quando coisa”.

Coluna Porta Aberta – Alda Lara, poema, “Rumo”.

Coluna Porta Aberta – Vítor Orlando Gagliardo, poema, “Mandamento do amor”.


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Livros que recomendo:

“Balbúrdia Literária” José Paulo Lanyi – Contato: jplanyi@gmail.com
“A Passagem dos Cometas” – Edir Araújo – Contato: edir-araujo@hotmail.com “Aprendizagem pelo Avesso”Quinita Ribeiro Sampaio – Contato: ponteseditores@ponteseditores.com.br
“Um dia como outro qualquer” – Fernando Yanmar Narciso.
 “Cronos e Narciso”Pedro J. Bondaczuk – Contato: WWW.editorabarauna.com.br
“Lance Fatal”Pedro J. Bondaczuk - Contato: WWW.editorabarauna.com.br



Obs.: Se você for amante de Literatura, gostar de escrever, estiver à procura de um espaço para mostrar seus textos e quiser participar deste espaço, encaminhe-nos suas produções (crônicas, poemas, contos, ensaios etc.). O endereço do editor do Literário é: pedrojbk@gmail.com. Twitter: @bondaczuk.As portas sempre estarão abertas para a sua participação.


A criatividade é ilimitada


O potencial humano de criatividade é imenso, quem sabe infinito, mas nem todos desenvolvem e aplicam suas habilidades para melhorar suas condições e as da comunidade em que vivem. Aliás, é possível afirmar, com base em observações, que uma ínfima minoria pensa nisso. Quem detecta suas aptidões, aperfeiçoa-as e cria, seja lá o que for, desde que original e útil, ou belo, tende a se destacar. Há os que levam essa capacidade ao extremo e são considerados (com justiça) gênios nas respectivas atividades. Estes, todavia, infelizmente são raros. As grandes obras, intelectuais ou artísticas, são solitárias. São individuais, personalizadas, frutos do conhecimento, da experiência e da vontade de quem as elabora. E da sua imaginação, claro. Originam-se de uma visão particular de mundo e, após elaboradas, se popularizam e ganham acréscimos, aperfeiçoamentos e ampliações alheios. Mas suas concepções são individuais.

Muitos relutam em criar por temor do ridículo. Temem não serem compreendidos (e os criadores, volta e meia, não são) e, por isso, sufocam seu potencial de criatividade, não importa se artesanal ou artístico ou de que natureza for. Dão importância excessiva às opiniões alheias. A estes, o genial Pablo Picasso recomenda, do alto da sua experiência: "Não devemos ter medo de inventar seja o que for. Tudo o que existe em nós existe também na natureza, pois fazemos parte dela". O processo de criação literária, por exemplo, e, principalmente, o teor do que é criado, têm muito a ver com a cultura, a vivência, a autodisciplina, o talento e  ambientes que o escritor freqüentou. E com sdua personalidade. Depende, também, das pessoas que conheceu e de seu grau de observação, além do óbvio: de sua técnica, seu estilo, seu domínio do idioma e sua visão de vida.

Por outro lado, cada gênero (poesia, crônica, ensaio, conto, novela e romance) tem seus próprios macetes, suas peculiaridades, suas regras características. O escritor personaliza sua obra com o toque de criatividade que aplica, tanto na sua concepção, quanto, e principalmente, na execução. O que deve prevalecer, no entanto, acima de tudo, é o bom gosto. Para ter sucesso, é necessário que a obra literária tenha a capacidade natural de prender a atenção do leitor. E, mais do que isso, fazer dele um cúmplice, uma espécie de parceiro do ato criativo, o que é muito mais difícil do que parece, porém é compensador. Já escrevi a esse propósito em outras tantas ocasiões, mas nunca é demais reiterar.

Muitos entendem que a capacidade de criação tem limites e que, após criar uma, ou duas ou uma quantidade limitada qualquer de obras que tenha em mente, ela se esgota. Discordo. Ela é ilimitada e pode (e deve) ser exercida enquanto tivermos vida e, principalmente, lucidez. O maior veneno para a criatividade é a acomodação. Essa é uma tendência até natural de escritores, pintores, compositores, ou inventores etc.etc.etc. que se empolgam com o eventual sucesso do que já criaram e acham que não precisam fazer mais nada. O cientista e escritor de ficção científica, Isaac Asimov, escreveu (e publicou) 511 livros, além de contos esparsos, de artigos e de ensaios e nenhum desses trabalhos foi repetitivo, chato ou monótono. E só não fez mais porque foi “atropelado” pela morte.

Steve Jobs, reconhecido, com justiça, como um dos grandes gênios contemporâneos, que morreu recentemente, declarou o seguinte, a propósito, em uma de suas tantas entrevistas: "Eu penso que se você fez algo que tenha resultado muito bem, deve logo começar a fazer outra coisa maravilhosa. Não deve ficar na primeira obra durante demasiado tempo. Em vez disso, tente adivinhar o que poderia vir a seguir e siga em frente". Ou seja, resumindo: não se acomode. Crie, crie e crie enquanto tiver vida e lucidez. Há pessoas que têm potencial imenso de criatividade, mas o desperdiçam por “n” razões, principalmente por falta de disciplina, método e comprometimento com o que quer que seja. Acham que lhes basta mera “inspiração” para inventarem máquinas, princípios, ideologias ou, até, para escreverem um livro, pintarem um quadro, esculpirem uma estátua, comporem uma sinfonia ou mesmo simples poema. Estão equivocadas.

E qual a diferença entre “criar” e “construir”? Existe alguma? Sim! Os que constroem se limitam a executar projetos alheios. Ou seja, fazem o trabalho “braçal” de determinada obra que não conceberam. Já os criadores “pensam” suas criações desde a concepção original até sua concretização, tirando-as do nada. Em termos de satisfação íntima, prefiro, óbvio, ser criador, embora respeite os construtores, já que, sem sua providencial ação, muito do que concebo ficará, apenas, no abstrato. O romancista inglês, Charles Dickens, estabeleceu, com clareza, o que, no seu entender, diferencia as duas condições: “A verdadeira diferença entre a construção e a criação é esta: uma coisa construída só pode ser amada depois de construída, mas uma coisa criada ama-se mesmo antes de existir”. É essa paixão que deve nos mover vida afora: a de criar, criar e criar, com diligência e competência.

Não desperdice, pois, seu talento, talentoso leitor, seja ele o de criador ou de construtor (melhor ainda será se for de ambos) por mera negligência, como tantas e tantas pessoas brilhantes, por um motivo ou outro, fazem. Aplique-se, concentre-se, estude e trabalhe, sem esmorecimento ou desânimo. Afinal, a vida é oportunidade única, sem nenhuma chance de reprise. E seu potencial de criatividade, caso você consiga conservar a lucidez, só se esgota com nosso derradeiro suspiro. Pense nisso.

Boa leitura.

O Editor.


Acompanhe o Editor pelo twitter: @bondaczuk 
Convivência com a dor

* Por Pedro J. Bondaczuk


A dor é um mecanismo de alerta de que a natureza nos dotou para avisar que algo não está bem em nosso organismo. É, portanto, sintoma e não a própria doença. Além do que, muitas vezes, é subjetiva. Se uma pessoa, por exemplo, se queixa que alguma parte (ou várias) do seu corpo está doendo, não há como confirmar, ou desmentir. Ninguém pode afirmar, categoricamente, que esteja dizendo a verdade ou mentindo. Isso, mesmo que os mais acurados exames médicos comprovem que ela está absolutamente saudável, com “saúde para dar e vender”, como se diz amiúde.

A farmacologia desenvolveu vasta gama de medicamentos – alguns, com gravíssimos efeitos colaterais, daí ser tremenda imprudência, senão rematada e perigosíssima burrice, a auto-medicação, tão comum, mundo afora – para aplacar a dor. Os especialistas na matéria, porém, sabem, de sobejo, que não deve ser ela a ser combatida, mas o que a causa. Nem sempre, porém, isso é possível. Há doenças que ainda são incuráveis (pelo menos em estágios mais avançados). Nestes casos, é até questão humanitária o alívio, posto que momentâneo, do sofrimento.

Nem só os doentes, porém, têm que conviver freqüentemente com a dor. O oposto, ou seja, as pessoas com saúde invejável, que se destacam da maioria por seus privilegiados dotes físicos, com musculatura, ossatura e metabolismo perfeitos, também são forçadas a essa incômoda convivência. E como!

Refiro-me, especificamente, aos atletas e, mais particularmente, àqueles classificados como de “alto rendimento”, que superam recordes e mais recordes em pistas, quadras, campos e piscinas e conquistam títulos e mais títulos, inúmeras medalhas de ouro em suas respectivas modalidades (coletivas ou individuais, não importa) em competições de ponta como Olimpíadas e Campeonatos Mundiais. São os que ampliam os limites físicos do ser humano, pela força, resistência, velocidade e/ou impulsão que têm, muito além do que é tido como “normal”.

Estes têm sempre uma certeza: para chegar onde pretendem, vão conviver, pelo tempo em que durarem suas carreiras esportivas, com a dor. E não me refiro, apenas, às freqüentes lesões musculares, de articulação, ósseas, dos joelhos, das coxas, da virilha, da coluna etc. causadas ora pelo esforço repetitivo dos intermináveis treinamentos, ora por traumatismos de diversas causas, intensidades e naturezas.

A vida de um atleta de ponta nunca é fácil. Ademais, ele jamais tem a garantia de que seu empenho, sua autodisciplina, sua força de vontade e tantas outras virtudes que caracterizam campeões, serão suficientes para alcançar o tão almejado sucesso. Seus adversários são do mesmo nível, têm os mesmíssimos objetivos e as mesmas cargas de treinamentos e podem mostrar essas mesmas características em grau muito maior e, dessa forma, superá-los.

Em qualquer competição, seja de que natureza for, haverá, seguramente, um, e apenas um, vencedor. E este pode não ser você, caso seja o atleta de alto rendimento a que me refiro, a despeito de todo o sacrifício – não raro sobre-humano – a que se submeteu, das privações pelas quais teve que passar, dos investimentos, sacrifícios e, sobretudo, dores que teve que fazer e suportar.

Quando o “fracasso” sobrevém – e, no seu caso, é representado, não raro, pelo segundo lugar, pela honrosa e valiosa medalha de prata – lá vai ele para novos e mais duros ainda treinamentos. Toca a se submeter a rigorosíssimas dietas, a forçar os músculos muito além do que já forçou, a correr mais veloz, a saltar mais alto ou mais distante, a nadar mais rápido, a levantar maior peso etc. para superar seus limites que, a rigor, nunca sabe quais são. Toca repetir, repetir e repetir movimentos, cada vez com maior intensidade, tendo como resultado, com certeza, imensas dores. Mas, se quiser vencer, tem que, não somente as ignorar, como se acostumar a elas, suportá-las, se possível ignorá-las, numa perpétua, mesmo que (claro) incômoda, convivência.

O artista de alto rendimento – o que faz arte não por mero diletantismo, ocasionalmente, mas como missão de vida – tem realidade muito parecida com a dos atletas com potencial de campeões. Precisa, também, aprender a conviver com a dor (posto que não necessariamente a física e, portanto, mais difícil de ser suportada). A disciplina a que tem que se submeter é, guardadas as devidas proporções, tão rígida e constante quanto a do atleta. Aliás, maior até do que a dele, pois não terá a mera duração de uma carreira, como é o caso do esportista, mas dura a vida toda.

O artista de alto rendimento, por exemplo, não tem a prerrogativa de fugir de lembranças amargas e dolorosas, de sentimentos caóticos e contraditórios e de idéias polêmicas e, por isso, incômodas, quando não perigosas, como os “mortais comuns”. Longe disso. Compete-lhe, isso sim, fazer de tudo o que o judia, oprime, machuca e às vezes desnorteia, matéria-prima para a geração do oposto de tudo isso. Ou seja, de beleza, de poesia, de ternura, de otimismo e... de transcendência. Exagero meu? Longe disso! Quem é artista de alto rendimento sabe muito bem a que me refiro.
       
* Jornalista, radialista e escritor. Trabalhou na Rádio Educadora de Campinas (atual Bandeirantes Campinas), em 1981 e 1982. Foi editor do Diário do Povo e do Correio Popular onde, entre outras funções, foi crítico de arte. Em equipe, ganhou o Prêmio Esso de 1997, no Correio Popular. Autor dos livros “Por uma nova utopia” (ensaios políticos) e “Quadros de Natal” (contos), além de “Lance Fatal” (contos), “Cronos & Narciso” (crônicas), “Antologia” – maio de 1991 a maio de 1996. Publicações da Academia Campinense de Letras nº 49 (edição comemorativa do 40º aniversário), página 74 e “Antologia” – maio de 1996 a maio de 2001. Publicações da Academia Campinense de Letras nº 53, página 54. Blog “O Escrevinhador” – http://pedrobondaczuk.blogspot.com. Twitter:@bondaczuk 

Deadline

* Por Marcos Alves

Diante do computador sou instado a registrar pensamentos que se sucedem, mas ...em vão. Difícil demais captar a essência daquilo que penso e sinto nesse momento, apenas me lembro de como foi pesada a volta ao trabalho depois de um fim de semana de folga.

Estava em paz no meu canto e de repente caio de novo dentro do furacão. Uma coisa maluca de gente gritando: “Liga a câmera, porra! Faltam 2 minutos!”. “Cadê a cabeça da matéria”, “Com vinheta ou sem vinheta?”. Perguntas com e sem respostas, papéis e botões, gente correndo no corredor. Minutos tensos que precedem cada escalada. 

Acabou e fui pra casa. Deitei a cabeça no encosto do assento e, cansado, queria mesmo era estar numa casinha branca perto do rio onde pudesse descer e pegar uma varinha pra pescar uns lambaris. Apreciar a vista da represa cortada por um rastro amarelo-dourado deixado pelo sol no espelho d’água. Cheiro de cocô de vaca e isca espetada no anzol. Chego em casa, converso um pouco, vejo TV, como e durmo bem.

Sou desperto pelo barulho de uma motoserra que entra pelos ouvidos como uma buzina. A senha do cartão acaba de chegar por um envelope colocado debaixo da porta. A motoserra insiste atrás de mim e o zunido é irritante. Ao fundo ouço os carros, ônibus caminhões, trens, aviões, motos e tudo o mais que anda e faz barulho nesse mundo. Não liguei o som porque queria um pouco de silêncio, vejam.  Saio para o trabalho e encaro de novo aquele morrinho, uma subidinha chata, as pernas doendo, até o ponto de ônibus.

No caminho vejo os outdoors com as ofertas de dinheiro fácil (?), homens e mulheres sorrindo, cãezinhos e outras criaturas se oferecendo. Na rua, o povo anda com passo apressado, homens e mulheres ‘correndo atrás’ como se diz. Quando estou contrariado e preciso trabalhar procuro criar expectativas diferentes para não entrar numa de fazer a coisa por fazer – que também considero perda de tempo. Penso na possibilidade, por exemplo, de aparecer um bom assunto para explorar, de forma que no final do dia me depare com o texto surpreendente de um estagiário ou repórter em início de carreira. Mas é preciso paciência com o repertório dos meninos e a precariedade dos recursos.

É aí que a gente brocha e pensa em brincar de outra coisa. Estou de novo em casa, o telefone toca e não quero atender. Toca de novo e quando atendo tem mais problema para resolver. Decido uma coisa: continuar com o projeto de um dia abrir um restaurante, alugar um quiosque na praia, fazer uma viagem de 1 ano, enfim, sair dessa lama.

Uma chuva cai de repente, e me dá o duplo prazer de ficar livre, ao mesmo tempo, do barulho enjoado da motoserra e do zum zum dos carros. Ligo o som, fecho a janela e o barulho desaparece. Agora, só a música e o barulhinho do teclado preenchem o vazio. Neste momento escuto que “Ninguém faz idéia de quem vem lá. A bola da vez, os tais que traficam bebês...” – é Lenine, pernambucano que sabe das coisas. O astral melhora com o cheiro que vem da cozinha. Há quem diga que a vida é para ser vivida aos bocados. Um dia de cada vez.

* Marcos Alves é jornalista.
                     



Retrato do artista quando coisa


* Por Manoel de Barros

A maior riqueza
do homem
é sua incompletude.
Nesse ponto
sou abastado.
Palavras que me aceitam
como sou
— eu não aceito.
Não aguento ser apenas
um sujeito que abre
portas, que puxa
válvulas, que olha o
relógio, que compra pão
às 6 da tarde, que vai
lá fora, que aponta lápis,
que vê a uva etc. etc.
Perdoai. Mas eu
preciso ser Outros.
Eu penso
renovar o homem
usando borboletas.


* Poeta matogrossense, um dos escritores mais importantes da literatura brasileira
Mandamento do amor


Por Vítor Orlando Gagliardo

Mesmo que eu não saiba as palavras certas
Assim como nesse momento,
Recorro aos meus sentimentos
Indagando o que sinto:
Amor, o mandamento mais puro.
De todas as formas
Em todos os lugares.
Faz sentido viver
A vida sem ter um grande amor?
Tenho a resposta na ponta da língua:
Impossível.
Minha vida mudou
Assumo sem medo
Continuo o mesmo, mas estou mais feliz.
Onde encontrei minha felicidade?
Lamento informar, mas não há um local
Onde o amor se esconda ou esteja à venda.
Não tente procurá-lo
Ele está ao seu lado.
Siga os sinais da vida
E aproveite as oportunidades.
Mas não se assuste
A grande hora vai chegar
Guarde seus sentimentos
A pessoa certa está próxima.
Leia a vida de forma positiva
Hoje e sempre.
Amor, o mandamento mais puro.
Esqueça as diferenças. 
Seja feliz!


* Jornalista
Rumo

* Por Alda Lara

É tempo, companheiro!
Caminhemos ...
Longe, a Terra chama por nós,
e ninguém resiste à voz
Da Terra ...

Nela,
O mesmo sol ardente nos queimou
a mesma lua triste nos acariciou,
e se tu és negro e eu sou branco,
a mesma Terra nos gerou!

Vamos, companheiro ...
É tempo

Que o meu coração
se abra à mágoa das tuas mágoas
e ao prazer dos teus prazeres
Irmão
Que as minhas mãos brancas se estendam
para estreitar com amor
as tuas longas mãos negras ...
E o meu suor
se junte ao teu suor,
quando rasgarmos os trilhos
de um mundo melhor!

Vamos!
que outro oceano nos inflama.. .
Ouves?
É a Terra que nos chama ...
É tempo, companheiro!
Caminhemos ...


* Poetisa angolana

sábado, 29 de novembro de 2014

Literário: Um blog que pensa

LINHA DO TEMPO: 8 anos, sete meses e vinte e oito dias de existência.

Leia nesta edição:

Editorial – Redes sociais.

Coluna Direto do Arquivo – Márcio Juliboni, poema, “Curtas”

Coluna Clássicos – Manoel de Barros, poema, “Os deslimites da palavra”.

Coluna Porta Aberta – Urda Alice Klueger, crônica “Meu primeiro universitário”

Coluna Porta Aberta – Clóvis Campêlo, crônica, “Quem poderá entender o mundo?”.

Coluna Porta Aberta – Lêda Selma, poema, “De dor e de perda...”.


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Livros que recomendo:

“Balbúrdia Literária”José Paulo Lanyi – Contato: jplanyi@gmail.com
“A Passagem dos Cometas”Edir Araújo – Contato: edir-araujo@hotmail.com “Aprendizagem pelo Avesso”Quinita Ribeiro Sampaio – Contato: ponteseditores@ponteseditores.com.br
“Um dia como outro qualquer” – Fernando Yanmar Narciso.
 “Cronos e Narciso”Pedro J. Bondaczuk – Contato: WWW.editorabarauna.com.br
“Lance Fatal” – Pedro J. Bondaczuk - Contato: WWW.editorabarauna.com.br


Obs.: Se você for amante de Literatura, gostar de escrever, estiver à procura de um espaço para mostrar seus textos e quiser participar deste espaço, encaminhe-nos suas produções (crônicas, poemas, contos, ensaios etc.). O endereço do editor do Literário é: pedrojbk@gmail.com. Twitter: @bondaczuk.As portas sempre estarão abertas para a sua participação.




Redes sociais

As redes sociais na internet são fenômeno recente e se popularizam, mais e mais, notadamente em decorrência da evolução tecnológica do outrora apenas telefone celular. Esse aparelhinho, hoje indispensável para uma imensa quantidade de pessoas (para muitos já se tornou vício), é cada vez mais instrumento multifunção, multimídia ou seja lá multi o quê. É, por exemplo, simultaneamente, câmera fotográfica, rádio, gravador, filmadora, microtelevisão etc.etc.etc. Enfim, é uma espécie de computador de bolso, cada vez menor, porém com maior portabilidade e mais prático, por conseqüência, para ser levado a todo e qualquer lugar. Ufa! E é, claro, também telefone, o que era, exclusivamente, e não faz muito.

Nem o mais imaginativo e delirante futurista, há apenas um pequeno punhado de anos, poderia imaginar a invenção de uma engenhoca tão pequena e com tantas possibilidades comunicativas. Sua miraculosa evolução tecnológica contribuiu, e muito, para a criação, e rápida expansão, das redes sociais. Fico na dúvida se vieram para ficar ou se n~´ao passam de modismo, como tantos outros, que vieram, fizeram um barulhão, enjoaram as pessoas e desapareceram. Embora a maior delas (na verdade, a maior do mundo), a mais ampla e mais popular, seja o Facebook, seguida de perto pelo Twitter, há dezenas desses espaços de relacionamento, alguns popularíssimos e outros pouco conhecidos, na internet.

A enciclopédia eletrônica Wikipédia – outra ferramenta que revolucionou as pesquisas, facilitando a vida não só de escritores (embora principalmente deles) mas de outras pessoas que queiram saber tudo de praticamente tudo – lista 44 delas. Como se vê, há alternativas para todos os gostos e necessidades. Aliás, por falar em ferramenta moderna, que tem praticamente de tudo, o Google é absolutamente imbatível, com todo o respeito aos demais sites de busca, que não deixam, óbvio, de ter utilidade. Bem, o assunto de hoje não ér propriamente este.   

Nem todos (diria que se trate de minoria) utiliza esse meio de comunicação direta (diretíssima) para fins, digamos, práticos. Muita gente, por exemplo, vale-se das redes sociais “apenas” para fofocar – uma espécie de “esporte” que não diria ser nacional, mas mundial.  É incrível como as pessoas gostam de falar (geralmente mal) da vida alheia! E quase nunca falam com conhecimento de causa. Fofocam não só sobre quem conhecem, mas sobre figuras públicas, com as quais nunca cruzaram e provavelmente jamais cruzarão, espalhando boatos que ouviram ou leram alhures, sem checar se são verdadeiros ou falsos.

Alguns (não sei quantos, mas desconfio que muitos) usam as redes sociais para fins não somente condenáveis, como rigorosamente criminosos, por mais cautelas que se adotem. Torcidas organizadas de times de futebol, por exemplo, marcam brigas por elas, normalmente às vésperas de clássicos. Mas não são só elas que apelam para esse expediente. Vários outros grupos rivais agem da mesma maneira por razões que só seus integrantes poderiam explicar. Aliás, nem eles, por serem atitudes não só injustificáveis, mas... inexplicáveis. Isso sem falar dos pedófilos, traficantes, rufiões, desequilibrados de todos os tipos e graus de desequilíbrio e vai por aí afora. As redes sociais refletem a sociedade em que existem. E esta, convenhamos, está há anos-luz da perfeição.

Grupos políticos, por seu turno, usam-nas, ligados ou não a partidos, para fazer proselitismo e, em geral, para fazer política (infelizmente, em muitos casos, má política, a política com “p” minúsculo, ou melhor, a politicagem). Convocam, por exemplo, manifestações de protesto sem causa e nem sentido, algumas bem sucedidas congregando multidões, outras tantas fracassadas, reunindo meia dúzia de gatos pingados. Na recente campanha eleitoral, esse recurso, tão útil se bem utilizado, foi fartamente usado pelos stafs dos candidatos ou pelos seus simpatizantes. Alguns, limitaram-se a pedir votos e nada mais. Outros tantos, todavia, destilaram (alguns continuam e provavelmente continuarão, sabe-se lá) veneno puro, ódio, preconceito e dissenções, normalmente sob o manto covarde do anonimato, ou seja, sob falsas identificações (“fakes”). Houve, até, quem que, a pretexto de liberdade de expressão, chegasse a “pregar” a ruptura da ordem pública e das instituições democráticas, o que, embora quem agiu assim talvez nem saiba, é ato criminoso, capitulado pelo Código Penal. Bem, cada qual sabe (ou deveria saber) de si.

Da minha parte, estou ligado, atualmente, a apenas três redes sociais, que utilizo para fins específicos. Uso, por exemplo, o Twitter para recados gerais, diretos e curtos (pois têm que ser passados em somente 140 toques), em geral manifestando minha opinião sobre o clube para o qual torço, a Ponte Preta, mas evitando de agredir de qualquer forma as torcidas de outras agremiações. Já o Google e, principalmente, o Facebook utilizo exclusivamente para a divulgação da minha produção literária. Vejo grande potencial nas redes sociais, para esse fim, mas, infelizmente, não tenho obtido o êxito que esperava e que posso, com um pouquinho de sorte e um tantão de competência, obter.

O número de seguidores que tenho é ridiculamente baixo se comparado com meus leitores, por exemplo, dos tempos em que estava em atividade jornalística no Diário do Povo, no Correio Popular, na Folha do Taquaral e em outros tantos jornais em que atuei, que ascendiam a dezenas de milhares. Isso sem falar nos ouvintes fiéis que granjeei nas minhas atuações no rádio, tanto em Santo André, quanto em São Paulo e em Campinas. Sou “seguido”, atualmente, no Facebook, por 1.071 leitores. É certo que, no caso, a “qualidade” (que estas pessoas mostraram ter de sobejo) vale muito mais que a quantidade. O ideal, óbvio, seria, no entanto, o casamento de ambos.

O máximo de seguidores que já consegui foi 1.105. E pensar que há pessoas que contam com vinte mil, trinta mil, cinqüenta mil, cem mil ou sabe-se lá quantos! Em geral, são personalidades públicas, cantores, jogadores de futebol, artistas de televisão etc., coisa que não sou. Sou, apenas, escritor (e eternamente jornalista, claro) e dos mais obscuros e polêmicos. Convenhamos: Literatura não é bem a praia da maioria. O que fazer?!!! Só posso batalhar e torcer para que as coisas mudem. Há muitas coisas mais a considerar sobre as redes sociais. Mas... isso fica para uma outra vez, ok?

Boa leitura.

O Editor

Acompanhe o Editor pelo twitter: @bondaczuk.           


Curtas



* Por Márcio Juliboni


I

  Manhã de cores austeras,
  um raio de sol congelado
  pende nesta parede.
  Derrete-se lentamente.
  Demora-se dourado.

 II
  
  Abro a boca.
  Pequena nuvem condensa-se à minha frente.
  É a palavra que não disse
  (em estado bruto, ainda quente).

 *Jornalista, cobre Economia e Negócios no portal Exame. Trabalhou no serviço de notícias online, “Panorama Setorial”, do jornal Gazeta Mercantil, na Agência Estado e em várias revistas segmentadas. Iniciou a carreira na grande imprensa em 2000.

            
Os deslimites da palavra

* Por Manoel de Barros

Ando muito completo de vazios.
Meu órgão de morrer me predomina.
Estou sem eternidades.
Não posso mais saber quando amanheço ontem.
Está rengo de mim o amanhecer.
Ouço o tamanho oblíquo de uma folha.
Atrás do ocaso fervem os insetos.
Enfiei o que pude dentro de um grilo o meu
destino.
Essas coisas me mudam para cisco.
A minha independência tem algemas

* Poeta matogrossense, um dos escritores mais importantes da literatura brasileira


Meu primeiro universitário


* Por Urda Alice Klueger

Lembro que o meu pai comprara areia fina para fazer alguma obra lá em casa, e a areia estava amontoada num quadrado de terreno, junto à cerca, esperando a vez de ser usada. Impossível lugar melhor para brincar, e lá estava eu, mexendo na areia, quando... quando... céus, algo estava acontecendo!

Naqueles idos de 1964 os homens usavam cabelos bem cuidados, com ondas fixadas à Gumex, como o meu pai, penso que por conta de James Dean ou já de Elvis Presley – a exceção eram os soldados, que cortavam o cabelo à escovinha, obrigatoriamente, e quando a gente via um rapaz com os cabelos assim, já se sabia que havia ido para o exército.

Brincava eu na areia, naquele dia, quando alguém atípico veio andando, subindo a rua, e não era nem um homem usando Gumex e nem um rapaz do exército: tratava-se de Francisco Moacir, irmão do meu amigo Braz dos Santos, filho de uma senhora muito querida chamada Dona Alvina, que morava mais adiante, na nossa rua. Era um moço circunspecto e sério, que passava todos os dias por ali andando compenetradamente, e imagino hoje que mundos não teria dentro da sua cabeça para caminhar assim com toda aquela seriedade.

Não seria estranho ele passar ali, já que o fazia diariamente, caso ele não tivesse sofrido uma abrupta mudança: apesar de já não ter idade para ser um rapaz do exército, tivera os cabelos cortados rente à cabeça, e estava usando um bonezinho que na minha lembrança era azul, onde estavam escritas as palavras “Ciências Econômicas”. Deixei a areia escorrer dentre os dedos enquanto o observava passar com a mesma circunspecção de sempre, olhos fitos lá adiante, alguém que se tornara tão diferente de todo o mundo que eu acreditaria que se tratava de um extraterrestre, se tal me fosse dito.

Imóvel sobre o monte de areia, fiquei tentando entender o que acontecera, o porquê daquela perda de cabelos, o que era aquele bonezinho azul tão diferente, o que seria “Ciências Econômicas”. Conhecia a palavra “economia”, que era uma coisa que a minha mãe praticava diuturnamente, mas essa expressão nova me parecia muito misteriosa e sem nenhuma ligação com a vida real.

Decerto, como eu, muita gente da nossa rua Antônio Zendron e do nosso bairro Garcia e do nosso mundo tacanho em geral ficou impressionada e curiosa com a novidade que se nos apresentava o circunspecto Francisco Moacir – o que era aquilo? Em breves dias as notícias circularam e chegou a informação: nosso vizinho tinha “passado no vestibular”, ”entrado na faculdade”, pois agora Blumenau tinha uma primeira faculdade, coisa que não sabíamos exatamente o que era. Faculdade era uma coisa de estudar, ficou-se sabendo, mas nada era muito claro. Pouco sabíamos sobre estudos – na verdade nós, gente comum, estudávamos por quatro anos – aos 11 anos estávamos saindo da escola, e esperávamos em casa completar os 14 para ir para a fábrica, as meninas ajudando a mãe e bordando o enxoval; os meninos, matando passarinho a bodoque ou funda e incomodando os vizinhos. Esta era a regra – não sei como fui exceção; talvez minha âncora para a grande e diversificada viagem da vida tenha sido os muitos livros que lia continuamente, na inesgotável fonte que era a Biblioteca Pública Municipal Dr. Fritz Muller, meu sonho de consumo desde a primeira infância.

Uns poucos privilegiados, filhos de gente mais poderosa, normalmente donos de muitas terras e vacas, estudavam contabilidade no Colégio Santo Antônio ou faziam o curso complementar, em dois anos, o que os transformava em professores, e que era direcionado preferencialmente para as moças. Ricos, ricos mesmo, notadamente os donos das grandes indústrias, pois tal já tínhamos, estudavam em lugares misteriosos como a Alemanha ou o Rio de Janeiro, mas o que estudavam lá? Não tínhamos noção do que seria uma universidade e não nos ficava claro o que faziam os tais herdeiros de fortuna em tais lugares distantes – apenas tínhamos a informação de que gente rica ia para fora para estudar.

Portanto, era uma surpresa total essa coisa de que agora havia uma faculdade em nossa cidade, coisa tão próxima que até um rapaz da nossa rua podia frequentar – mas por que será que tivera o cabelo raspado, e o que era um vestibular, e o que eram ciências econômicas?

Acho que elucidei muitas coisas a respeito através dos tantos romances que lia, onde pessoas acabavam indo para faculdades – para muita gente da minha rua, no entanto, penso que a névoa do mistério perdurou até o fim das suas vidas, pois sei de muitos que acabaram morrendo, um dia, sem acreditar que em 1969 o homem estivera na lua.

Andei me informando, agora, o que aconteceu com o filho de Dona Alvina e irmão do Braz, o Francisco Moacir dos Santos, aquele meu primeiro universitário, que, faz cinquenta anos, entrou na minha vida com seu bonezinho azul, trazendo atrás de si todo um rol de novidades que iria mudar tantas coisas para tantos de nós: formou-se, constituiu família, está vivo, hoje morando no Rio de Janeiro.

Que bom saber dele, daquele moço mais sabido e mais corajoso do que todos nós outros, tão sabido que foi da primeira turma da primeira faculdade da FURB, que soube segurar a vida com as mãos e dar aquele grande passo que o tirou do nosso mundo pequeno e escuro. Faz cinquenta anos neste ano que um primeiro universitário apareceu na minha vida, e parece-me que ainda estou sobre aquele monte de areia, pasma com a sua aparição andando circunspectamente rua acima! Bem que gostaria, hoje, de lhe dar um abraço!

Lá de algum lugar, Dona Alvina deve estar vendo esta minha vontade!



Blumenau, 08 de Agosto de 2014.

* Escritora de Blumenau/SC, historiadora e doutoranda em Geografia pela UFPR, autora de mais três dezenas de livros, entre os quais os romances “Verde Vale” (dez edições) e “No tempo das tangerinas” (12 edições).



Quem poderá entender o mundo?


* Por Clóvis Campêlo

Não somos os donos do mundo. Muito pelo contrário. Estamos nele inseridos e nem sempre conseguimos entender a lógica do seu funcionamento. Para complicar ainda mais, a natureza nos deu o dom do pensamento e da memória. A partir daí, idealizamos e entramos em choque com o real. Essa angústia é inerente ao ser humano.

Vejam as galinhas, as maiores amigas do homem (não é o cahorro e nem o uísque). Simplesmente vivem. Ciscam, poem seus ovos em paz (não sei se curtem a TPM diária, as consequências da ovulação constante). Não têm preocupações com o comunismo, com as oscilações das bolsas de valores, não poluem os oceanos e nem os ares. Simplesmente vivem sem idealizar nada do que seja. Com seus olhos de galinha, não enxergam nada que não seja a realidade imediata: a comida, os pequenos insetos que as alimentam, a água para beber, etc. Tudo muito simples.

A complexidade da vida que inventou fomos nós, os humanos. Adulteramos a natureza, criamos máquinas nem sempre úteis, evoluimos, perdemos a nossa condição intuitiva e instintiva. Inventamos a literatura, as religiões, as leis, as regras sociais, os sentimentos baratos, a angústia e a infelicidade. E ainda nos achamos feitos à semelhança de algum ser superior existente.

Somos realmente inteligentes ou a inteligência foi apenas mais um mecanismo diabólico inventado para a nossa infelicidade?

Sei que não é de bom aviltre filosofar antes da hora do almoço. Sabe como é: a barriga vazia, a hipoglicemia podem nos fazer delirar, inventar fantasias, nos trair. Como seres perdidos no deserto, andamos em cículos sem nos encontrarmos e ficamos a delirar, imaginando fantasias exóticas e oásis ideais.

Que diabo de mundo é esse onde o pensamento do ser humano em vez de levá-lo à felicidade cria dicotomias, guerras fratricidas, inatisfações, violência, artificialismos degradantes.

Sei lá! A vida é curta, passa depressa e nem sempre devemos alimentar a ilusão de que temos controle sobre isso tudo.

Imaginem se usassemos mais de 10% da nossa cabeça animal. Poderia ser muito pior. O mundo é simples se o entendermos como o vemos, sem idealizações bobas e sem fantasias construtivistas inúteis.

Não sei se isso é possível, já que essa crônica besta é mais uma divagação, uma construção teórica sobre o nada.

Mas que ao menos tentemos exercitar a simplicidade e a compreensão.

Antes que o outro nos destrua.

Recife, 2010

* Poeta, jornalista e radialista, blogs:



De dor e de perda...


* Por Lêda Selma

A meu filho, Júnior

Dói muito, filho,
a certeza do dia
sempre vazio de você...

A noite a se imiscuir
em meus sonhos sem viço
e tão carentes dos seus...

Dói muito, meu menino,
esta tristeza envelhecida
que agoniza e não morre...

Teu riso no porta-retratos,
a transpor o sol
para se aquietar nas noites.

Dói, e como dói, meu anjo,
este tênue condão de vida.

·         Poetisa e cronista, licenciada em Letras Vernáculas, imortal da Academia Goiana de Letras, baiana de Urandi, autora de “Das sendas travessia”, “Erro Médico”, “A dor da gente”, “Pois é filho”, “Fuligens do sonho”, “Migrações das Horas”, “Nem te conto”, “À deriva” e “Hum sei não!”, entre outros.


sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Literário: Um blog que pensa

LINHA DO TEMPO: 8 anos, sete meses e vinte e sete dias de criação.. .

Leia nesta edição:

Editorial – O que nos sobreviverá?

Coluna Contrastes e confrontos – Urariano Mota, crônica, “Miró, o poeta que não aparece em Febre do Rato”.

Coluna Do real ao surreal – Eduardo Oliveira Freire. microcontos, “Pílulas literárias 197”

Coluna No sopro do Minuano – Rodrigo Ramazzini9, conto, “A briguinha”.

Coluna Porta Aberta – Alberto Cohen, poema, “Quase eternos”.

Coluna Porta Aberta – Betha M. Costa, poema, “Esdpera, chegada e partida”.


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Livros que recomendo:

“Balbúrdia Literária”José Paulo Lanyi – Contato: jplanyi@gmail.com
“A Passagem dos Cometas”Edir Araújo – Contato: edir-araujo@hotmail.com
“Aprendizagem pelo Avesso”Quinita Ribeiro Sampaio – Contato: ponteseditores@ponteseditores.com.br
“Um dia como outro qualquer” – Fernando Yanmar Narciso.
 “Cronos e Narciso” Pedro J. Bondaczuk – Contato: WWW.editorabarauna.com.br
“Lance Fatal”Pedro J. Bondaczuk - Contato: WWW.editorabarauna.com.br


Obs.: Se você for amante de Literatura, gostar de escrever, estiver à procura de um espaço para mostrar seus textos e quiser participar deste espaço, encaminhe-nos suas produções (crônicas, poemas, contos, ensaios etc.). O endereço do editor do Literário é: pedrojbk@gmail.com. Twitter: @bondaczuk. As portas sempre estarão abertas para a sua participação.