terça-feira, 28 de outubro de 2014

O que eu sei dos maus governantes do Brasil

*Por José Calvino

“Le Brésil n’est pas un pays sérieux”. Frase criada  por Charles De Gaulle,nos anos 60.

A presente crônica é imparcial.  Acredito que as pessoas que me lêem e quem me conhece pessoalmente sabem que eu não sou escritor de gabinete, e nem tampouco celebridade no mundo da literatura, cinema, música ou teatro.

No desempenho dos meus trabalhos sempre procuro mostrar as minhas observações e reminiscências sobre os problemas que  enfrentamos há mais de 60 anos. O meu pai  era chefe de estação da antiga Great Western e foi perseguido (não foi caso isolado) no governo do caudilho gaúcho Getúlio Vargas. Para o povo ingênuo. Vargas era conhecido através do Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP), como “pai dos pobres” e em seus comícios tinha como slogan: “Trabalhadores do Brasil”. Época em que todos se queixavam da carestia, pois tudo era caro mesmo. Os problemas de corrupção e nepotismo no nosso Brasil sempre existiram. Tancredo Neves e Agamenon Magalhães, este último foi interventor federal em Pernambuco, eram homens de confiança da ditadura Vargas, ou Estado Novo apoiado pelas classes médias e por amplos setores das burguesias.

Mas, também existiam os revoltados com o referido ditador, e que comentavam entre si:
- Eu sei o por quê de tudo isto. Papai morreu de beber, mas por quê?, era um homem honesto e foi fraco ao se entregar à bebedeira, mas quem fabrica tudo isto? Um telegrafista mesmo, ganha muito pouco e o que dirá um trabalhador de linha férrea!
- Minha mulher vive de lavagem de roupa porque a pensão dela é de fome e lá em casa não tem água encanada, é de cacimba. Geladeira nós não temos, pois é privilégio dos ricos. Eu mesmo, quando quero tomar água gelada, peço ao senhor, do caldo de cana, um pedaço de gelo e o levo enrolado no bagaço de cana, como papai fazia antigamente. Rádio?, nós só temos é um baixo-falante e, por isso já somos invejados pelos vizinhos porque papai colocou uma antena grande até a jaqueira e a gente ouve quase como rádio. Papai era inteligente. Tantas vezes foi punido por perseguição do patrão que era getulista, pobre do papai.
-  Era bom uma greve geral moralizada, para dar uma lição no “Trem dos Corruptos”.
- É preocupante. Eu sei o que é isso e que a culpa não é da gente... (Parodiando João Cabral de Melo Neto) “Hoje, o grande doente é o Brasil, com mais fome, mais violência e mais doenças”. Até, amigo!

Bem, caros leitores, como eu já disse antes, me encontro muito desanimado com alguns grupos do facebook e das redes sociais, agindo com baixarias. Pelo visto, isso é uma mostra do que deve acontecer até o dia 26, sob a batuta disfarçada do combate à corrupção e ao nepotismo. Como eu já disse: Os problemas de corrupção e nepotismo no nosso Brasil sempre existiram. E para os que não sabem ou procuram ingenuamente, eu provo sem essa de ser omisso por questões de partidos políticos, falecimentos e parentescos (vide “Os Andrade Lima”).

Sobre o falecido dramaturgo Ariano Suassuna, que foi secretário de Cultura no governo Arraes e no do seu neto também falecido. No segundo governo de Eduardo Campos à frente do Governo de Pernambuco, assumiu o cargo de secretário-chefe da Secretaria Especial de Assessoria do Governador. Mais uma secretaria que serve como cabide de emprego. mas como se dizia socialista, que sonhava com o socialismo na América do Sul, que já havia  dito que não aceitaria exercer cargo político porque estava  escrevendo um romance. Entretanto, aceitou esse cargo, onde não fazia nada e que só lhe servia mesmo para satisfazer interesses políticos ou de amigos, dando emprego a seus apadrinhados, entrando assim no rol dos que não dispensam o dinheiro da viúva! O doutor Cyro de Andrade Lima, pai de Renata, viúva de Eduardo Campos e irmão de Zélia, viúva  do dramaturgo Ariano, foi secretário da  Saúde no governo Arraes...

Finalizando esta crônica, até porque escrevi em janeiro de 2012  “Olho na Presidenta!” e até o momento o Governo Federal, através do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e o Governo do Estado de Pernambuco não deram continuidade às obras. Se não, tudo leva a crer que o PAC foi um programa eleitoreiro! Outrossim, Dilma Rousseff, caso seja reeleita, deverá não fazer alianças com José Sarney e Fernando Collor, na minha opinião será a maior decepção, os dois foram péssimos presidentes!

Nota - Alguns trechos extraídos do teatro “Trem & Trens”, pp. 100-16  - ed. do autor.


*Escritor, poeta e teatrólogo pernambucano. Vejam e sigam Fiteiro Cultural – www..josecalvino.blogspot.com/


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