terça-feira, 21 de outubro de 2014

Das águas que movem o moinho da saudade

* Por Ademir Antonio Bacca

o murmurar
das águas do rio
que corre ao longe
da minha infância
faz-se ouvir
na noite de saudades
do meu pai,
que se precipita em sombras
e silêncio

nada que não o correr
de águas mansas
que trazem lembranças
de trigais dançando ao vento
e da velha avó
resistindo ao peso dos anos

o murmurar
das águas do rio
da minha infância
atravessa a noite silenciosa,
remenda meus sonhos
de menino
e deságua no mar de saudades
que se forma nos meus olhos

* Jornalista, poeta, contista e produtor cultural


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