quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Foto: Jaime Batista da Silva

Morro do Aipim e o Frohsinn: quem está com o fósforo?

* Por Sally Satler

Todos os blumenauenses sabem que este incêndio no Frohsinn não foi acidente. Câmeras de segurança foram furtadas, antes das duas outras tentativas de incêndio. Não houve acaso, mas um planejamento cuidadoso. Ironicamente, froshinn significa alegria em alemão, e assim sinto que sistematicamente tem se destruído a alegria desta cidade, que está se tornando um local bem difícil para se viver.

Afinal, quem são essas pessoas que continuamente passam por cima da vontade da maioria da população? Quando vamos dar um basta nos desmandos deste grupelho?

Há um projeto para o local – agora apenas mirante do Froshinn – que beneficia toda a população, pois pretende mantê-lo público, com livre acesso para todos; projeto este que a Administração do município ignora sumariamente, ‘cegos’ e sedentos em concretizar a venda daquele terreno. Tanto é, que quando artistas tentaram levar vida àquele local, foram expulsos, com violência, cassetetes e spray de pimenta.

Estamos mesmo sem passaporte. Sem rumo e roteiro. A cidade, em nome da especulação imobiliária se desintegra, e o poder público, conivente, permite matar a cidade, sua história e qualquer chance de garantir qualidade de vida para seus cidadãos, tudo em nome do lucro de alguns poucos.

A melhor resposta para o título deste breve texto, veio da historiadora Carla Fernanda da Silva: “Têm muitos, mas muitos blumenauenses com o fósforo aceso nas mãos. Administração municipal, os conselheiros que votaram a favor da venda, apoiadores e os indiferentes”.

E você? Também está com o fósforo aceso nas mãos?

* Escritora e historiadora

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