sexta-feira, 18 de julho de 2014

Desde menino

* Por Eduardo Oliveira Freire

“A hora do encontro é também despedida a plataforma desta estação, é a vida". Milton Nascimento e Fernando Brant

Via uma casa antiga cada vez mais espremida pelos prédios. De relance, observava uma menina vestida de bailarina pela janela. O tempo passou e, mesmo adulto, sempre a via. Um dia, saltei do ônibus e fiquei a espiar a casa.

Não sei o que me levou a isso, mas coloquei a mão no portão e estava aberto. Entrei sem pensar, sentia algo que me convidava. Subi a escada e entrei no recinto, onde tocava uma bela música. A menina estava lá e me disse:

- Que bom que veio para minha última apresentação. Esperei alguém chegar há tanto tempo.

Sentei no chão e a assisti dançar. Parecia que flutuava. Depois, ela me agradeceu e saiu do aposento. Fui embora e nunca mais a encontrei.

Constantemente passo pela casa antiga, mas, agora só percebo o vazio.

* Formado em Ciências Sociais, especialização em Jornalismo cultural e aspirante a escritor - http://cronicas-ideias.blogspot.com.br/



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