terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Sirley e a barbárie contemporânea

* Por Evelyne Furtado


A notícia chamou a minha atenção: uma empregada doméstica fora espancada por jovens de classe média na Barra da Tijuca no Rio de Janeiro, onde a violência é matéria todos os dias na mídia.

Essa notícia, no entanto, chocou-me. O que justifica essa barbárie? 

Que jovens são esses que agridem e roubam uma trabalhadora que recebeu da vida muito menos do que eles?

Uma inversão que infelizmente está se tornando prática comum nesse país. Os ricos roubam os pobres (não que eu aprove a violência feita pelos menos favorecidos economicamente). Acontece entre os políticos e outras autoridades corruptas que afanam dinheiro da população em crimes de colarinho branco.

Isso já estamos cansados de ver e nem por isso deixamos de nos indignar.
Agora a agressão e o desrespeito chegam à classe média. Universitários agridem covardemente uma mulher que saía do trabalho e esperava o ônibus.

Eles, os bandidos, vinham de uma rave (festinha moderna que dura, sabe-se lá regada a que, mais de 12 horas). Desceram do carro, chutaram seu rosto, bateram no seu corpo digno e roubaram sua bolsa.

Reflexos de uma sociedade doente. Sofro com as famílias desses jovens, pois não acredito que se sintam felizes com tamanha brutalidade cometida por seus filhos.
Sofro com Sirley, vítima dessa barbárie contemporânea. Sou solidária a essa mulher corajosa que conseguiu denunciar e levar seus agressores às autoridades competentes.

Sirley hoje simboliza todos os que são agredidos e roubados pelos mais fortes nesse país.

Torço para que os agressores sejam punidos e que essa chaga social seja curada em nossa sociedade, antes que não encontremos mais solução.

A você, Sirley meu abraço e admiração.

* Poetisa e cronista de Natal/RN

Um comentário:

  1. Não é difícil ficar do lado de Sirley, mas ainda há quem defenda os rapazes. Nossa sociedade está mais doente do que pensávamos.

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