quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Ladrão de almas
(Contra o plágio)

* Por Carmo Vasconcelos

Se és mulher… podes, sem qualquer pudor, plagiar:
as minhas vestes, meus adornos, a pintura;
meu requebrar e jeitos próprios; a postura;
podes, até, sem medo, inteira me imitar!

E se homem és… meu corpo podes decalcar;
as minhas mãos no teu, em cópias de fartura;
sem relutância te prometo, sem censura,
deixar teus dedos minhas linhas desenhar!

Do vão corpóreo vos concedo a mais-valia!
- Que pouco vale, como vós, que em covardia,
ousam roubar do nobre poeta a inspiração…

Mas o que brota da minh’alma vos recuso!
E sem piedade, ladrões de almas, vos acuso!
Que plagiador merece pena sem perdão!


* Poetisa portuguesa

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