quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Previsões não passariam de ficção

Os defensores da tese de que a Terra estaria enfrentando o início de um processo de mudança climática, que denominam de “Efeito Estufa”, em vez de demonstrarem que as causas desse fenômeno estão, de fato, presentes – principalmente a que é decisiva, ou seja, a inusitada concentração de dióxido de carbono na atmosfera – optam pela exposição das potenciais conseqüências desse suposto aquecimento global. Óbvio, elas seriam severas, posto que talvez nem sejam catastróficas. Ademais, baseados em dados concretos, pode-se afirmar que elas não passam de ficção. E imaginar todos nós podemos, tanto o suprassumo do positivo, quanto a catástrofe das catástrofes. Caso o que muitos cientistas afoitos “vendem” como realidade acontecesse, vários países seriam afetados. Ainda assim, no entanto, suas populações teriam tempo para se prevenir e se adaptar às novas condições. Afinal,  um processo desse tipo não é súbito. Ocorre ao longo de décadas, se não de séculos.

Mas, suponhamos que os níveis de dióxido de carbono estejam mesmo aumentando de forma exponencial e com inusitada rapidez (o que não está ocorrendo) e que logo chegue, já não digo o dobro da taxa atual, de 0,03%, mas ao triplo, de 0,09%. E que a temperatura da Terra aumente dramaticamente, e da noite para o dia, passando da média atual de 12 graus centígrados para pouco maios do que o dobro, ou seja, para 25 graus centígrados. Se isso ocorresse, quais seriam as conseqüências, se é que seja possível projetá-las?

A primeira, e óbvia, seria o derretimento das geleiras dos pólos e de outras regiões em que se fazem presentes. E suas águas, sem dúvida, aumentariam bastante o nível dos oceanos, embora boa parte viesse a se evaporar. Tudo, em termos de clima, seria diferente. Algumas regiões não receberiam, por anos, reles pingo de chuva, enquanto em outras tantas ocorreriam tempestades catastróficas e enchentes dignas da Arca de Noé.

Destaque-se que o recuo das geleiras, quando a última glaciação chegou ao fim, não foi completo. Foi apenas parcial. A Groenlândia, por exemplo, maior ilha do mundo, comparável a um pequeno continente, continua coberta por espessa camada de gelo. Mas... e se essa calota que a cobre, e a do Pólo Norte, viessem a derreter, o que aconteceria? Há dados que mostram a redução delas nos últimos cinco anos, embora vários climatologistas considerem essa diminuição (e garantam) normal e cíclica. Mas... suponhamos que não seja. Suponhamos que se trate de um dos primeiros sintomas do tal “Efeito Estufa”.

Vários cientistas testaram essa hipótese mediante modelo de computador. E obtiveram dados que os levaram a concluir que, se esse improvável derretimento das geleiras da Groenlândia e do Pólo Norte estiver ocorrendo, as conseqüências não serão tão dramáticas (na verdade catastróficas) como supunham antes e como muitos apregoam. Claro que algumas mudanças, e nenhuma delas favorável, ocorreriam. Afinal, essas geleiras, somadas, acumulam 2,6 milhões de quilômetros cúbicos de água em estado sólido. Se esta vazasse para os oceanos, o nível deles subiria 5,5 metros. As cidades baixas seriam submersas, ou seja, destruídas. A perda dessas áreas utilizáveis, porém, seria compensada com a emersão de outras tantas, hoje cobertas pelo gelo, principalmente de quase toda a Groenlândia, das várias ilhas polares e do próprio t6erritório da extensíssima Sibéria, hoje quase não aproveitado, ou pelo menos subutilizado, dadas suas baixíssimas temperaturas (o clima, ali, seria ameno e vastíssimas extensões de terra hoje estéreis, de área equivalente ao Brasil, se tornariam agriculturáveis).

Porém, o problema do derretimento das geleiras não seria o Pólo Norte, caso isso viesse a ocorrer. Seria o outro extremo do Planeta, ou seja, o Círculo Polar Antártico e arredores. E se essa vasta área degelasse, o que ocorreria? Em princípio, é mister destacar que esse degelo é virtualmente impossível. Desde que a Terra se formou, os indícios levam à conclusão de que isso jamais aconteceu, em tempo algum, e por nenhuma razão. As geleiras antárticas sobreviveram a todos os períodos interglaciais do Planeta e aos seus cíclicos (e vários deles severíssimos) períodos de aquecimento. Mas... já que se trata de mero exercício de imaginação, sejamos “sádicos” em nossas suposições. Suponhamos que, não importa por qual razão, esse cataclísmico derretimento ocorresse. Quais seriam as conseqüências?

Bem, aí... as coisas ficariam feias, muito feias para a humanidade. Mas não seria, necessariamente, seu fim, conforme dados obtidos por modelo de computador. É preciso ter em conta que noventa por cento do suprimento glacial do Planeta localizam-se exatamente ma Antártida. A água líquida gerada por esse impensável e apocalíptico derretimento faria os oceanos da Terra subirem dez vezes mais do que se todo o gelo da Groenlândia e do Pólo Norte derretesse. Ou seja, alcançaria 55 metros a mais do que o nível atual. As águas atingiriam, por exemplo, a altura do 18° andar dos prédios de Nova York. A Flórida e outros Estados do Golfo do México desapareceriam do mapa. O mesmo iria ocorrer com a Grã-Bretanha, com os Países Baixos e com o Norte da Alemanha, entre tantos e tantos outros territórios.

Mas... não seria o fim da vida na Terra. Não necessariamente. E explico porque. Se esse improbabilíssimo derretimento ocorresse, por alguma razão que a ciência desconheça, não seria súbito. Seria lento, durando, no mínimo, algumas décadas e, no máximo, vários séculos.  Esse ritmo permitiria, por conseguinte, uma mudança ordenada, sem pressa e nem atropelos, das populações das áreas mais baixas para regiões não atingidas pelas enchentes. É óbvio, como assinalei, que isso traria diversas outras conseqüências danosas ao clima. Quais? Cada qual que faça seu exercício pessoal de imaginação e conclua o que poderia acontecer.

Mas nada disso é motivo para tirar o sono de quem quer que seja. Nada indica, por exemplo, que a média atual de dióxido de carbono na atmosfera, que é de 0,03%, esteja aumentando, mesmo que discretamente. Portanto, é improbabilíssimo que o “Efeito Estufa” já esteja (ou que um dia venha a estar) em andamento. E muito menos que as geleiras das regiões polares estejam derretendo ou mostrem tendências para isso. Enfim, cada qual acredita no que quer.

Boa leitura.

O Editor.


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2 comentários:

  1. Já li na Veja duas reportagens de capa, extensas e em intervalos relativamente curtos, sendo que a primeira ridicularizava os eco-xiitas e seu efeito estufa, e uma outra, tempos depois, mostrando as evidências de tal efeito e tal aquecimento global. Culpavam inclusive a criação de gado. Esse vai e vem já dura décadas, a ponto de alguns fazerem piada dizendo "esquentamento do planeta". Eu creio nele, porém não estarei aqui para vivenciá-lo.

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  2. Mara, a taxa de dióxido de carbono, que caracteriza o efeito estufa, é rigorosamente a mesma do início do século passado. As águas dos oceanos e as florestas (cada vez mais escassas), principalmente a Amazônia, absorvem os excessos de CO2 gerados pela imensa queima de combustíveis fósseis. Aliás, os vegetais “respiram” gás carbônico, que lhes é benéfico, e expiram oxigênio. O perigo não está, pois, propriamente na poluição do ar, mas no desmatamento. Se este se acentuar, aí sim há risco, e mesmo assim de longuíssimo prazo, da taxa de CO2 aumentar tanto ao ponto de ocasionar o efeito estufa. Mas isso é pouco provável, até porque as reservas mundiais de petróleo estão próximas do esgotamento.

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