sábado, 17 de agosto de 2013

Frio ou quente?

O clima da Terra está mudando. Quanto a isso, há praticamente consenso, tanto entre os cientistas, quanto entre leigos no assunto, no caso nós, que sentimos os efeitos das mudanças na própria carne. Todavia, está esfriando, como afirma determinada corrente, embora minoritária, dando início a uma nova Era Glacial? Ou está esquentando, como assegura a maioria dos especialistas, que advertem para as conseqüências do que denominam de “Efeito Estufa”? É difícil, se não impossível, para quem não seja expert no assunto, definir quem tem razão. Há indicativos em ambos os sentidos. Ora o Planeta, ou determinadas regiões dele, convive com invernos inusitadamente rigorosos. Ora, em contrapartida, enfrenta verões tórridos, cáusticos, de temperaturas excessivamente elevadas, pelo menos para a nossa sensibilidade e resistência.

Recentemente, por exemplo, o Japão enfrentou uma onda de calor tão forte, que se conseguiu fritar ovos em calçadas. Dias desses, em contrapartida, nós, residentes nas regiões Sul e Sudeste do Brasil, tivemos que conviver com inusitada (pelo menos incomum) onda gélida, como não ocorria há pelo menos quatro décadas.  Esfriando ou esquentando, ou, o que é mais freqüente, oscilando entre os dois extremos, o fato é que o clima da Terra está mudando. Outra discussão recorrente, que se acentua, refere-se a quanto o homem, com suas atividades que raramente levam em conta as leis da natureza, influi nessas mudanças. Novamente, não há consenso entre os pesquisadores (êta povinho que não se entende!). Uma corrente minoritária garante que a influência humana no processo é ínfima. Ademais, sua atividade mais intensa, tendente, ao menos potencialmente, a influir nas alterações climáticas, é, em termos cósmicos, recentíssima, quase que mero “ontem”. Data de fins do século XVIII, com a chamada “Revolução Industrial”.

Em contrapartida, um grupo majoritário de cientistas assegura que “é 95% provável que o aquecimento global seja causado pelo homem”. Pelo menos foi o que li na seção de Ciências do site Terra, em sua edição de 16 de agosto de 2013 (também conhecido como “ontem”). Esse, pelo menos, é o teor de um documento que será apresentado nas próximas semanas, nas Nações Unidas, e posto em debate naquele fórum político internacional (que discute, discute e discute, mas nada resolve).

Tenho a convicção de que a ação humana, principalmente a irresponsável, que redunda na poluição do ar e da água, tem, sim, alguma influência nas mudanças do clima. Resta saber o quanto. Presumo (e torço para estar certo) que essa influência seja, de fato, ínfima, como assegura, reitero, uma corrente de pesquisadores, digamos, mais otimista. Esses cientistas dizem que o efeito é mínimo face à grandiosidade do processo. Afinal, trata-se de todo o Planeta, e não, apenas, de uma ou outra área em particular.

Todavia, quer estejamos entrando num período “Neoboreal”, também conhecido como “Mínimo de Maunder”, como é conhecido entre os experts que defendem a tese do esfriamento, quer ingressando em um período diametralmente oposto, nenhuma dessas situações é inédita. O que se questiona é a intensidade da atual mudança (caso, de fato, esteja em andamento) para o gélido ou para o tórrido, e a reversibilidade ou não do processo, qualquer que seja a corrente que esteja com a razão. Ambos os fenômenos são cíclicos e já se manifestaram e acabaram dezenas, quiçá milhares de vezes. E jamais (óbvio) causaram a extinção da humanidade (se houvessem causado, claro, eu não estaria redigindo estas reflexões e vocês não estariam lendo e talvez criticando este Editor).

É verdade que as transformações trouxeram (e trazem e trarão) tremendas catástrofes que dizimaram multidões. Mas sempre houve quem sobrevivesse e reconstruísse o que foi perdido. O homem, deste início de terceiro milênio da era cristã, tem um handicap que tanto pode ser positivo, quanto negativo, dependendo do uso que fizer dele: a tecnologia. Mas para utilizá-la de forma favorável para corrigir (caso seja o causador) ou para deter (caso o processo seja natural) desequilíbrios climáticos, quer de esfriamento, quer de aquecimento global, precisará ser “cirúrgico” e ainda contar com muita sorte. Conseguirá essa façanha? Talvez sim, talvez não. Todavia, para que tenha a mínima chance de sucesso, é indispensável que, pelo menos, conheça o que terá que enfrentar. Isso é o que pretendo, posto que toscamente, refletir com vocês, mas em outra oportunidade.

Boa leitura.


O Editor

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