sexta-feira, 19 de julho de 2013

Inventário

* Por Alberto Cohen


Passar e repassar por corredores
que de tão perto são muito distantes
daqueles outros mágicos instantes
de ter o riso e não temer as dores.

Tentar fazer da mágoa paciência,
dormir e abençoar o esquecimento,
mas de novo acordar para o momento
de ver no espelho a cara da insolvência.

No pequenino mundo que era imenso
o único habitante é o contra-senso
de andar sozinho em meio à multidão.

E no desfile da perenidade
baila o fantasma da passividade
a dizer sim querendo dizer não.


* Poeta e escritor paraense

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