segunda-feira, 24 de junho de 2013

Entendendo as revoltas

* Por Roberto Corrêa

Não é possível que aumentos de vinte a quarenta centavos nas passagens de ônibus causem tantos transtornos, com badernas, bagunças, incêndios, ferimentos e até mortes! Há alguma coisa de errado em tudo isso e prova que o verdadeiro comunismo ainda vive e pelos seus métodos violentos pretende reagir, ressurgir.

Realmente o grosso da população sofre as barbaridades dos desgovernos, notando a deficiência dos cuidados com a saúde pública, com a instrução escolar e o incremento da violência em todos os sentidos. Os protestos deveriam ser com passeatas e faixas expondo as verdadeiras reivindicações e necessidades, sem quaisquer agressividades inclusive pela polícia.

A segunda semana de junho (2013) foi exageradamente cansativa, com tais noticiários abundantes e explícitos deixando espectadores e leitores super temerosos. Nós leigos, simples cidadãos, já entendemos onde está a raiz dos males e quais as soluções para iniciar o combate a essa parafernália do mal. Será que nossos administradores que convivem e tratam do assunto não seriam capazes de solucioná-los?

Se nos aprofundarmos um pouco mais verificamos as exageradas preocupações com as construções de novos estádios de futebol e reformas absolutamente desnecessárias como no Maracanã e em Brasília, pois somente os jogos do Brasil (isto se chegar até o final) é que poderão causar alguns transtornos, pelo excesso de torcedores, que não justificam tão estrondosos investimentos.

O torcedor brasileiro não é tão bobo, pois sabendo que o Brasil pratica o futebol mais artístico e insuperável do mundo, não gastará o seu suado dinheirinho nem perderá tempo assistindo pela televisão jogos de seleções mequetrefes e sem prestígio. A Fifa, espertinha como ela só, realiza campeonatos mundiais de quatro em quatro anos em países em que tem certeza de absoluto sucesso financeiro, o que certamente não ocorrerá por aqui desta vez.

O último e um dos primeiros da série ocorreu em 1950, mas desta vez ela errou, criando ainda mais essa inútil Copa das Confederações. Ao encerrar esse artigo em 18 de junho, noto que os jornais e mídias de ontem foram pródigos em informações sobre as passeatas em Brasília e nas principais capitais dos Estado. Vamos pois aguardar os frutos dessas manifestações, esperando que tragam alguns resultados positivos para a nossa incipiente e precária democracia.

* Roberto Corrêa é sócio do Instituto dos Advogados de São Paulo, da Academia Campineira de Letras e Artes, do Instituto Histórico, Geográfico e Genealógico, de Campinas, e de clubes cívicos e culturais, também de Campinas. Formou-se pela Faculdade Paulista de Direito da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Fez pós-graduação em Direito Civil pela USP e se aposentou como Procurador do Estado. É autor de alguns livros, entre eles "Caminhos da Paz", "Direito Poético", "Vencendo Obstáculos", "Subjugar a Violência”, Breve Catálogo de Cultura e Curiosidades, O Homem Só.


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