sexta-feira, 31 de maio de 2013

A flor docemente pousada

* Por Osvaldo Pastorelli

A flor docemente pousada
no seio da amada
revela paixão deslavada
e os dedos tímidos passeiam
 pelas pétalas cuja cadencia
 de movimentos, suaviza o ar
com aroma adocicado a escorrer
 úmidos anseios,
 num devagar quase lento,
desce por entre os seios túrgidos
 saboreando a aspereza
 de peles arrepiadas
 e contorna o umbigo
 beijando cada milímetro
 a textura de sua forma,
 e num apreciar maligno
 continua a descida se arrepiando
 pela quentura da virilha
 indo se afogar na grande
 gruta coberta pela mata
 que acolhe em seu seio
 o que eu sou:
múltiplos pedaços de desejos

    * Poeta e artista plástico

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