sexta-feira, 26 de abril de 2013


Pílulas literárias 167

* Por Eduardo Oliveira Freire

FERNANDO...
Sempre aguardava ansioso, a professora Helena dar o parecer sobre seu mais novo romance. Executava cada recomendação sem pestanejar e se sentia extasiado, quando ela dizia: - Agora sim, está publicável.

A professora Helena foi praticamente a única leitora dos livros de Fernando.

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VIOLÊNCIA E LIBERDADE


Pegaram-me a força para me despedir do meu avô morto.
- Para de bobagem, menino. Vai se despedir pela última vez de seu avô.
Não foi a última vez que me despedi, mas a cada lembrança e sonho que tenho com ele: O vovô alegre e brincalhão, não aquela massa inerte.

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SOBRINHA PARA TIO:


- Tio Dudu!! Manda a multidão que mora no seu eu ficar quieta. Quero dormir! Tenho prova de matemática de manhã cedo.

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COBRA AMIGA


Passava a maior parte do tempo com seu dono. Muitos achavam curioso a ligação de amizade entre o senhor e “ aquela cobra gigante”. Com o passar do tempo, o senhor ficou muito doente e gritava de dor. Um dia, o silêncio pairou e encontraram a sucuri sozinha na cama.

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SUMIR NAS ONDAS


A senhora faz um origami e dá para uma amiga de muitos anos, que o coloca na bolsa. O marido da que deu o origami, aproveitando a distração das duas, retira-o da bolsa da amiga e o joga no mar. Depois, olha fixamente a figura de papel sumir nas ondas.

* Eduardo Oliveira Freire é formado em Ciências Sociais pela Universidade Federal Fluminense, com Pós Graduação em Jornalismo Cultural na Estácio de Sá e é aspirante a escritor

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