terça-feira, 19 de março de 2013


Tarde demais

* Por Arita Damasceno Pettená

Era  frio, muito frio .
Frio na tarde, frio em mim..
Olhos em pranto,
Alma em desencanto,
Parti  a caminhar.
E no melancólico crepúsculo,
Ouvi uma voz que dizia:
Esqueça !

Continuei a caminhada.
Era noite, muito noite então.
Estrelas perfilavam o firmamento,
Num brilho nostálgico e solitário.
E dentro da noite vazia,
Rosto banhado em luar,
Ouvi outra voz que dizia:
Perdoa!

Prossegui a cavalgada.
E já não havia mágoa
E nem mais ressentimento.
Foi quando então o coração falou:
Volta!

Voltei.
Mas era tarde,
Muito tarde então.
Nunca mais o encontrei!

     · Arita Damasceno Pettená é membro da Academia Campinense de Letras e da Academia Campineira de Letras e Artes

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