quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Soneto 172 Antológico

* Por Glauco Mattoso

As frases memoráveis da República
deviam ter, na pedra ou voz gravada,
registro, qual legenda avacalhada
num filme de comédia ou cena lúbrica.

"Prometo que agirei na vida pública
da mesma forma que ajo na privada!";
ou "Fi-lo porque qui-lo", tão surrada;
ou: "Não me deixem só!", suprema súplica.

Também vou proferir, eu que não minto,
a pérola imortal de quem adora
mandatos, completado o quarto ou quinto:

"Da vida partidário saio agora.
Já fiz o que devia, e alívio sinto.
Caguei, limpei a bunda, e vou-me embora!"


* Poeta

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