quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Bugalhos

* Por Guilherme Scalzili

Há duas maneiras de mensurar a distância entre as concessões promovidas pelo governo Dilma Rousseff e as privatizações democtucanas.

A primeira é medir os custos de ambas as modalidades para o contribuinte. Os pedágios paulistas, por exemplo, à luz de similares federais (e não só federais) em todo o país. A segunda pesa o valor institucional da operação a partir do benefício gerado para as entidades particulares contempladas. Quanto lucram? Que garantias e contrapartidas oferecem? Que objetivos almejam?

Assim descobrimos que as concessões de Dilma buscam harmonizar interesses públicos e privados com critérios de eficácia administrativa, nos quais o preço das tarifas tem papel fundamental. Esse padrão vigora em países da Europa ocidental que não mantêm o sistema estatal puro.

E veremos que os leilões da direita neoliberal brasileira partiram de princípios opostos. Voltando aos exemplos internacionais, encontramos um bom parâmetro no desmonte do Estado russo após a abertura econômica dos anos 80. É o domínio dos monopólios eternos, da ineficácia impune, das tarifas escorchantes e inquestionáveis, dos lobbies que pressionam agências, secretarias, tribunais, Legislativos.

Mas é claro que você não verá comparações desse tipo na imprensa oposicionista.

*Jornalista, advogado, historiador e escritor, autor dos livros “O colar da Carol ta na grama”, “A colina da Providência”, “Pantomima”, “Acrimônia” e “Crisálida”.

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