sexta-feira, 29 de junho de 2012

Jejum de amor


* Por Edir Araujo


Desiludido, do amor enojou-se
e ao jejum entregou-se

Também, pudera!
Sua consorte o abandonou..
Oh! Quê falta de sorte!

Trocou-lhe por outro
Bem apanhado de bolso
E o coitado chorou...
Chorou todo o seu pranto

O desejo, nele não mais se achou
E o infeliz amargou toda a dor...
Os carinhos, não tem mais nenhum
Está feito dor, renúncia e desprezo...

Vive em completo jejum
Não por amor à bandida
Que lhe é falecida...

Ah! Quê triste jejuar!
Jejuar de amor é morte renhida,
A vida perde todo o sentido

Mas enfim;

a vida tornou-lhe triste
E triste ficou...
tornou-lhe avesso
E do avesso ficou...



* Edir Araujo é poeta e escritor, autor dos livros GRITOS E GEMIDOS E A PASSAGEM DOS COMETAS.

2 comentários:

  1. É automático sentir pena desse coitado. É que sabemos como é, já que por muitas vezes estivemos em situação semelhante. Boa parte encontra uma saída, mas outros saem apenas desta para a outra vida, a eterna, e algumas vezes por escolha. Tão bem contada a sua história Edir, que dá vontade de maltratar a ingrata.

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  2. O jejum não consola, isola. Resta ao menos
    o desejo incontido e a vontade rebelde.
    Concordo, jejum de amor quebra o gosto
    pela vida.
    Abraços Edir.

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