sexta-feira, 18 de maio de 2012

Pílulas literárias 121


* Por Eduardo Oliveira Freire


DESEJO VORAZ
Foi comprar leite condensado, estava desesperado por um brigadeiro. Não percebeu que era tarde, o desejo falava mais forte. Quando carregava a lata pela rua deserta, um carro parou na sua frente de repente. Ele se assustou e começou a correr. Mas, não conseguiu fugir. Um homem forte saiu do carro e disse: “ Me dá a lata de leite condensado.”. Mas, não a entregou e com velocidade de um felino, chicoteou o outro com saco plástico, usando a lata como peso. Em seguida, correu. Chegou a sua casa muito cansado e adormeceu sem fazer o brigadeiro.

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-ALÔ...

Amiga, eu te amo porra. Para de babaquice de amiguinhos para sempre. Sei que me quer como eu a você. Você foge de mim, arranjando babacas que só te sacaneiam. O que quer? Aparecer morta num beco escuro? Por que não me deixa eu te salvar. Não me subestime. Pare de fugir, sabe que não estou brincando. Vamos falar sério. Foda-se se está com alguém, manda ele ir embora. Você sabe que é minha. Lembra-se das nossas brincadeiras quando éramos crianças? Sei que se lembra... Deixa ser o homem da sua vida. Espera! Não desliga! Larga esse otário, posso ir ai e expulsá-lo. Por favor! Me leva a sério, não me mande tomar remédio e depois dormir. Vamos ficar abraçadinhos soltando pum embaixo do edredom. Não desliga! Não desliga! Não desliga!...

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TRÉGUA

Sua memória guardava tantas quinquilharias, que se sentia sufocado num cubículo, onde se transbordava imagens e informações. Quando dormia, viajava para um aposento vazio e iluminado pelo sol. Ficava quieto no recinto até chegar a hora de acordar.

* Eduardo Oliveira Freire é formado em Ciências Sociais pela Universidade Federal Fluminense, com Pós Graduação em Jornalismo Cultural na Estácio de Sá e é aspirante a escritor

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