quarta-feira, 25 de abril de 2012



Pequeno retorno



* Por Adelcir Oliveira


As primeiras palavras do dia já se foram. Estão online em redes sociais. Comunicação. Já na rua, estaciono meu corpo cansado em um agradável e simples Café no Tucuruvi. Bairro em que mora minha mãe. Local em que durmo de vez em quando em meu pequeno quarto desarrumado.



Pedi pão e manteiga. Não precisava ser na chapa. Café com leite médio. Eu mesmo me servi de uma garrafa d’água. Sentei-me e iniciei este texto. Eu precisava disto. Refiro-me a escrever.



Conta paga na opção débito do cartão (não carrego dinheiro de papel na carteira). Tomei o trajeto direto à estação de metrô mais próxima. Não tinha pressa. Acordara cedo e fizera tudo com a devida calma que me agrada.



Lá no trem tramava escrever mais. Mas a viagem foi toda em pé. De modo que precisei do dia seguinte para seguir com este texto. Hoje não levantei cedo conforme programara. Nem queria sair da cama. Do planejado, nada fiz. E do compromisso com minha namorada quase declinei. Não fosse sua justa reclamação, eu ainda estaria em casa. Preciso aprender muito sobre a alma feminina. Já magoei algumas mulheres. Amigas ou namoradas. Muitas vezes complico desnecessariamente. Mas elas quase sempre me perdoaram. E talvez por isso eu reincida.



Visto terno azul-marinho bem escuro. Camisa branca. A gravata está guardada. Somente uso quando estou a trabalho, posto que minha profissão exige. Não me desagrada. Até gosto. Sou um amante da liberdade, mas consigo cumprir regras. De qualquer forma, sei que muitas vezes confundo liberdade com descaso. Preciso deixar de desconstruir.



Fiquei bom tempo sem escrever para meu blog. Isso desde que me tornei corretor de imóveis. Nesse ramo meu nome é outro: Delneri. Presto serviços de forma autônoma para a Abyara. Ainda sigo como estagiário, posto que não tenho CRECI definitivo. Gosto do trabalho de corretor de imóveis. Ele me oferece mais liberdade. Não fico preso em quatro paredes. Meu endereço comercial não é fixo. Os dias são muito improváveis. Claro que nem tudo é tão bom. Não há salário, tampouco garantia de ganhos monetários. E se pensarmos bem, trabalho não combina com liberdade. Nesse sentido, a maior prisão de um corretor são os números. Refiro-me à ordem de atendimento ao cliente. Você pode ser o primeiro ou o último a atender. Nessas extremidades, duas prisões. Você não pode ir para casa. E se o cliente surgir? E se o telefone tocar?



A dinâmica citada acima merece explicação mais detalhada, a qual deixo para outra publicação se for de meu interesse. Em meu blog pratico liberdade. Mas será que o faço de forma absoluta?



Sigo para um shopping que pouco gosto devido à sua falta de beleza. Tudo bem que o acesso é fácil. Basta descer na Estação Santa Cruz que você está nesse que é um dos piores centro comerciais de Sampa. O que me causa estranheza é que ele se localize em uma boa região. Vou ao cinema com minha namorada. Assistiremos a Raul Seixas, o filme. Claro que preferíamos uma sala de cinema mais agradável, como o Cine Livraria Cultura, ou o Espaço Unibanco. Mas ganhamos os ingressos. E a opção são salas como essa, nesse ou em outro shopping da capital.



Meu blog segue vivo. Vez em quando volto nele. É meu espaço sem amarras. E devo dizer, a acidez toma conta de mim e prevê os textos seguintes. Corretor de imóveis não tem tanta liberdade de expressão. Jornalista pode ter desde que não seja enquadrado em alguma redação. E antes de me criticar lembre-se dos vários personagens que você representa sem assumi-los de fato.


• Blogueiro e corretor de imóveis

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