quarta-feira, 25 de abril de 2012



Aparição




* Por Marleuza Machado



Quando surges,


qual miragem,


atiro-me em teus braços


e, nesse gostoso enlace,


perco a noção de mim mesma.


Em êxtase, elevo-me do chão,


e numa órbita que só conheço


quando há nós dois,


experimento antigas sensações,


com delicioso sabor de novidade...


Como dizer não?


Quem vai definir limites,


imputar culpa, qualificar como pecado?


Assim,


Inquirindo a própria consciência,


sentindo o coração fora do peito,


vejo a realidade ofuscando-te.


Desapareces, então,


qual miragem...


Meus olhos secam,


fitando o horizonte imaginário...


Na língua,


ainda tenho o gosto


da saliva tua.



• Poetisa e jornalista

2 comentários:

  1. Coloco meu pés sobre seus passos. Vou segui-la, caso ande de acordo com esses versos, especialmente o que se refere a imputar culpa. A quem ela interessa?

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  2. Obrigada pelo apoio Mara... Infelizmente, ainda penso mais no outro que em mim. Na maioria das vezes, descrevo uma ação não concretizada, na esperança que se realize...Sabe que as vezes tem dado certo? Bjos

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