terça-feira, 20 de dezembro de 2011



Memorial de um frevo

* Por Herculano Alencar

Meu coração, um frevo compassado
na sístole e diástole do passo,
pisava a poesia, sem cansaço,
deixando o chão do mar enciumado.

Foi lá onde deixei o meu passado,
quase a morrer de amor e de saudade,
colher a dor que trouxe a tempestade
do vento há muitos anos semeado.

Chovia qual um frevo de Capiba,
desses que faz subir ladeira à riba,
em procissão, o som e a brincadeira.

E lá, a desfilar a fantasia,
largou esse poeta, ao raiar o dia,
a dor que carregou a vida inteira.

• Poeta

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