quinta-feira, 22 de setembro de 2011






Foto: Celso Martins.

Palavrão, um ato de amor

* Por Raul Fitipaldi.


Escasso anda neste país o palavrão no jornalismo. Pareceria que está proibido. Que é politicamente incorreto. Que é ilegal. A classe para a qual majoritariamente escrevemos via internet não gosta do palavrão, torce o nariz, só diz merda em privado e entre amigos. A merda é só para amigos íntimos, e filhos desta mãe ou daquela também. Já frente aos conhecidos o palavrão, como coçar o saco em público e meter o dedo no nariz é algo inaceitável. Há uma rara idéia em nosso jornalismo socialmente acadêmico de que só pobre mija na rua, só jovem se droga, só promíscuo é gay ou bi, só mulher é puta, só jornalista diz a verdade e só político é corrupto. Ainda bem que só negro é negro, só índio é índio, só amarelo é amarelo. Nosso jornalismo é bem comportado. Faz o que o patrão pede. Faz o que o leitor pede. Faz o que a tarifa supõe, também. Claro há exceções maravilhosas, poucas, portanto maravilhosas.
Li quando apareci na frente do computador as últimas barbaridades que os majoritariamente filhos da puta que compõem essa sucursal do imperialismo chamada ONU fizeram nesta terça-feira, começando pela discurseira de matão do palhaço conhecido como Sarkozy. Esse conhecido trânsfuga, genocida, que acaba de matar milhares de crianças na Líbia nos alerta que pode acabar com a gente. Ele e seus amigões porque têm armas. Essa bosta humana, esse canalha com cara de enfermiço, essa lorota ambulante, além de covarde e servil dos empresários, não se atreveria a dizer isso na cara, no corpo a corpo, a um trabalhador argelino que limpa a merda desses franceses que odeiam ver uma menina de véu, um negro qualquer, ou se masturbam com uma garota brasileira em qualquer esquina dessa cidade onde reina a xenofobia, conhecida como Paris.
E ao ler os dizeres me encontrei com um cocô humano que não pega o olho sem desandar a fazer misérias em favor dos seus amos. O tal Ban ki moon. Com gesto de otário, palavrório de otário, vai condenando todo e qualquer povo que signifique, pela só existência que seja, uma afronta aos donos da sua cadeira no Bordel ONU. Não diga que se tivesse um parente dessa triste natura não dava um pontapé no cu e jogava na sarjeta. Sei, não devo falar assim. Mas, veja (perdão este último palavrão antes do parêntese se escapou por culpa do verbo), não se irrita você com esse mala de aluguel? Ah, que é o Secretário da ONU, casualmente parecido ao Dalai aos olhos dos ocidentais, e daí? É um carimbador de todos e cada um dos genocídios ocidentais, um canalha com salário e mídia garantida. O Dalai também não me parece melhor. Preferiria que se parecesse a Mao ou Ho Chi Min mas, impossível, não seria Anfitrião do Prostíbulo.
Tudo bem, mas esquecendo esta cambada de canalhas, essa banda coordenada por Hillary e Obama, essa quadrilha de Cameron, esse palco de poderosos chefões onde se deitam o sujo Berlusconi, o cínico Zapatero, o patético Piñera, e toda essa torva imagem do atraso, da idade média, essa corte de hipócritas, com seu séquito de parasitas saudis, e a benevolência dos monarcas miseráveis da África, como você chamaria ao ladrão que rouba sua casa. Como você chamaria ao cara que viola seus filhos? Como você chamaria ao monstro que bota fogo no hospital do seu bairro, que massacra um velhinho por prazer, um menino deficiente? Que nome daria para o cara que estraga seu jardim, que insulta sua mãe, que violenta seu pai, que mata seu irmão, que tortura seus filhos, que desaparece num túmulo desconhecido sua companheira ou companheiro? Que nome daria caralho, diga, responda? Como devo eu chamar jornalisticamente a essa corja?
Se você me ensina como se diz, como se chama, terei o prazer de escrever de forma tal que nem seus olhos, nem seus ouvidos, e nem sua memória se machuquem, mas, por enquanto não sei. Portanto, Viva o Palavrão. É um símbolo de Amor pela Minha Gente! E tá aí minha cara para bater.

• Jornalista

Um comentário:

  1. É preciso crescer e evoluir muito para chegar a esse patamar. Não tanto de escrever palavrão, mas de defender , ou melhor, de acusar uma causa.

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