segunda-feira, 27 de junho de 2011







O balangandã

* Por Talis Andrade


Veste o vestido

de saia rodada
Traz na cintura
o balangandã
todo de prata
rico trançado

Que belos enfeites
nas argolas pendentes
Pé de coelho
dente de leite
ferradura trevo
bentos amuletos
para dar sorte
Tilintam campainhas
para espantar os males

Têm chaves e cadeados
para fechar o corpo
lua de prata
sol de ouro
para guiar os passos

Têm a âncora da esperança
figa de arruda para esconjurar os maus olhados
reza forte para desmanchar despachos

Traz na cintura
o balangandã
o balangandã
com um coração de ouro
No coração
meu nome gravado

Ai quanto poder
contra os quebrantos
ai quanto sou escravo
dos teus encantos


* Jornalista, poeta, professor de Jornalismo e Relações Públicas e bacharel em História. Trabalhou em vários dos grandes jornais do Nordeste, como a sucursal pernambucana do “Diário da Noite”, “Jornal do Comércio” (Recife), “Jornal da Semana” (Recife) e “A República” (Natal). Tem 11 livros publicados, entre os quais o recém-lançado “Cavalos da Miragem” (Editora Livro Rápido).

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